sábado, dezembro 23, 2006

Ir virar ao Fragusto

O estar de férias origina a que até mesmo as voltas mais comuns que se dão pela cidade mais alta, tenham direito a relato! Mas também não é por menos, pois apesar de gostar de conhecer melhor outros cantos do nosso Portugal, a Serra da Estrela é dos locais onde mais gosto de pedalar.

Hoje foi dia de ir virar ao Fragusto.



Quando BTTisticamente aqui pela Guarda se fala em ir virar ao Fragusto, significa que a voltinha nos leva para o meio da Serra da Estrela e que um dos locais de passagem é a Quinta do Fragusto.
Esta zona é uma das muitas zonas em que com o João Luís, Vicente ou Coelho me habituei e passar.
Tinha combinado com o Mané de hoje ir dar uma volta para aqueles lados, mas dado que estamos os dois de férias combinamos sair sem pressas a meio da manhã.
Estes últimos dias tem estado tanto frio aqui pela Guarda, de noite tem caído cada geada que pensei duas vezes antes de levar as minhas únicas luvas de BTT (que são de Verão e além de alguns buracos já deixam três dedos de fora). Foi assim que antes de ir ter com o Mané, passei numa loja de bicicletas aqui na Guarda à procura de umas luvas, mas ...... esquisito que sou com as luvas, nenhuma me agradou. Resultado, continuei com as mesmas!!!

Às 11:00 estava já com o Mané no cruzamento da Ti Jaquina, passámos na loja do Coelho para meter nojo e ...... seguimos viagem.

Tomamos a direcção do Hospital Sousa Martins, atravessamos o parque em direcção à prisão e aí entramos em terra batida. Junto ao cemitério novo virámos para a direita e descemos para a Barragem do Caldeirão pelo caminho que passa por dentro de Maçaínhas.

Junto a uma das muitas quinta que existem no vale da ribeira do caldeirão apanhamos o caminho de terra batida que se costuma fazer na Rota Azul do Clube de Montanhismo da Guarda para irmos em direcção ao alto de Famalicão da Serra.

Primeira passagem pela ribeira do cadeirão.


Um dos belos caminhos do vale e segunda passagem da ribeira do caldeirão.


Caminhos muitas das vezes gelados.

Chegados ao alto de Famalicão onde o caminho de terra que trazíamos vai ao encontro do cruzamento da estrada nacional que liga a Guarda a Manteigas com a estrada que vai para Fernão Joanes, Meios e Trinta, decidimos aqui comer a primeira merenda.

Cruzamento com o alcatrão.




As vistas durante o almoço.


Quando a fome é negra ....


Com a mochila mais leve, começamos a subir em direcção ao planalto. A parte que considero mais complicada em termos de desnível (no sentido do Fragusto) estava quase ultrapassada.


Mané, na subida.



Alguns disparos em andamento, durante a subida.

Antes de passar pelo cruzamento que vai para Fernão Joanes paramos para recuperar o fôlego e contemplar a bela paisagem que o dia nos proporcionou.



Paisagem sobre o vale do Rio Zêzere.




Mais paisagem ....

Continuando e já quase a chegar à Mata do Fragusto, por engano, decidimos sair do caminho e acabamos por subir ao marco geodésico (Serra de Bois) a Norte da Quinta do Fragusto. Tentamos daqui apanhar o caminho de terra que sobe de Valhelhas para o Fragusto, mas em vão. A solução foi voltar uns 500 metros atrás e descer um vertiginoso corta-fogo que acabava no caminho mesmo ao lado da quinta.

Junto ao marco geodésico a tentar encontrar saída.


Descida para o Fragusto.

Já na quinta e fizemos contas às horas de luz e decidimos que em vez de descer para Valhelhas retomaríamos o sentido Guarda já que parte iríamos fazer por um caminho diferente.




Fragusto.

Retomando o caminho principal que atravessa aquele planalto, passamos pelo local onde fizemos o desvio e mais à frente viramos para o caminho que nos levou a Fernão Joanes.

Se o dia nunca esteve quente e andámos certamente nunca acima dos 5 graus, assim que o Sol nos disse adeus o corpo começou a ressentir-se com o frio. Nestas alturas é preferível subir que descer, pois nas descidas arrefece-se bruscamente, ainda por cima quando as luvas não são as mais adequadas.






A caminho de Fernão Joanes


Um bocadinho a penantes para aquecer os pés.

Antes de Fernão Joanes, aproveitando a ultima réstia de Sol paramos para comer mais qualquer coisa. De Fernão Joanes, fomos até aos Meios e acabamos por descer novamente para a barragem do caldeirão pela Corujeira.

A ultima subida estava mesmo à nossa frente. Uns 3 ou 4 Kms ligam o vale da barragem do caldeirão, da carreira de tiro já no planalto da cidade da Guarda. Quando passamos novamente o estabelecimento prisional já se podia dizer que era mais noite do que dia.


Não sei se se vê, mas o Mané está na foto!

Mas aqui por estes lados toda a boa volta, só é boa volta quando se passa pela torre de menagem (o ponto mais alto da Guarda). É como se fosse a cereja em cima do bolo. Não indo lá é como se ficasse parte do caminho por fazer. Juntar o recuperar o fôlego ao prazer de vislumbrar esta paisagem é sem dúvida um bom atractivo.


Sé da Guarda à noite, vista da torre de menagem.

A partir daqui daqui para casa de qualquer um é sempre a descer. Mas para mim por mais incrível que pareça foi a parte que mais me custou. Já não ia muito quente e acabei por arrefecer na descida de tal forma que não sentia a ponta dos dedos das mãos. Já não me lembro da ultima vez que sofri assim com o frio. Ao chegar a casa primeiro que o formigueiro das mãos desaparece-se e eu consegui-se tirar as chaves para abrir a porta, não foi tarefa fácil, nem rápida.
Resumindo, apesar do frio foram 60 Kms muito bons a um ritmo digno de umas férias de Natal em gozadas.
A próxima volta!??! Amanhã é dia de trocar tudo o que é transmissão da bike do Mané. Talvez para a semana se combine uma voltinha na terça ou na quarta e quem sabe o passeio pelo Marvão no dia 30 de Dezembro para acabar o ano em beleza.

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