segunda-feira, junho 04, 2007

Caminho Francês de Santiago de Compostela


Vai ser difícil dar uma ideia de como correu esta viagem desde Saint-Jean-Pied-de-Port até Santiago de Compostela. Isto porque é um caminho cheio de inúmeras vivências e de emoções fortes. É sem dúvida um caminho mágico, onde se encontra gente de todos os cantos do mundo. Gente esta, sempre pronta a ajudar. Gente esta, que deseja um bom caminho a todos os que passam. Gente esta que nunca deixariam ninguém para trás, seja qual fosse a razão.

Uma coisa é verdade, se me perguntarem se é preciso ter pernas para fazer todo este caminho até Santiago de Compostela, só posso responder de uma forma: por tudo aquilo que vi e que senti é mais necessária a fé, a força de vontade do que as pernas. Digo isto porque não vi nenhum atleta a fazer o caminho! É bem mais difícil fazer este caminho a pé do que de bicicleta. E vi centenas e centenas de gente a pé, onde a maioria delas seriam já pessoas a gozar a reforma. Aos poucos, e conhecendo cada uma as suas limitações, cada dia que passava lá iam chegando cada vez mais à frente.





A ideia de fazer o caminho do Norte ou a Via de La Plata, mantém-se. Mas, hei-de voltar a fazer este caminho, mas sem bicicleta. Se eu vivi o caminho desta maneira, tenho a certeza que a pé o irei viver de uma forma bem diferente, pois estas pessoas com quem fui convivendo, rapidamente deixei de as ver, ficando eu com a vontade de ficar mais tempo, nos albergues, no caminho ...

Cada dia que passava, tinha sempre tempo para escrever qualquer coisa. São partes dessa "escrita" que vou deixar aqui como testemunho da experiência por mim vivida no camino.

Sexta-Feira, 25 de Maio de 2007

Depois de o meu amigo Pardal, me ter deixado ontem em Sain-Jean-Pied-de-Port, lá fui eu com a lágrima no canto do olho, para o albergue que arranjei à ultima da hora. A ansiedade era mais que muita e a emoção de estar prestes a começar o camino também.


Ao pé da DAF conduzida pelo meu amigo Pardal.


Eu e o meu amigalhaço a jantar em Sain-Jean-Pied-de Port.

Hoje de manhã, 7:00 em França (6:00 em Portugal), tomei o café com leite servido pela commandant du battallion como um peregrino mais bem disposto chamou à dona do albergue. Às 7:30, assim que abriu o bureau du peregrin, retirei de lá a minha Lolita, onde ontem amavelmente me tinham dito que a guardavam e fiz-me ao caminho.


Madrugada em Saint-Jean-Pied-de-Port.


Saint-Jean-Pied-de-Port.

Tinha recebido um SMS do meu amigo Coelho a avisar da instabilidade do dia, o que não convinha andar pelos Pirinéus durante o meio dia, pois haveria o risco de trovoadas.


Fronteira França/Espanha.


Os apertados trilhos pirinaicos.

No bureau du peregrin tinham-me alertado para a subida dos pirinéus, pois eram caminhos muito estreitos, complicados para fazer a pé e ainda mais com bicicletas. Por respeito aos peregrinos que vão a pé, decidir subi por alcatrão pelo Puerto de Ibañeta e só aí apanhar o trilho para Roncesvalles.


Já em Espanha, a vista sobre a França.


Ao fundo a montanha por onde subi o pirineu.


Capela do Puerto Ibañeta.


Entrada no bonito trilho até Roncesvalles.


Descida pelo bosque até Roncesvalles.


Collegiata de Ronscesvalles.

Depois de Roncesvalles, o caminho era de descidas e de partes rolantes. Só hoje passei por mais de 200 peregrinos, maioritariamente franceses e arrisco dizer que 70% dos peregrinos tinham mais de 60 anos. A juntar às paisagens pirinaicas passei por cenários lindos.


Pelos pastos a deixar para trás os maravilhosos pirineus.


Mais verde pirineu.


O camino pelos pastos dos pririneus.


Lindos locais para viver.

De Roncesvalles a Zubiri, foi praticamente a descer em caminhos muito técnicos. Só hoje devo ter feito uns 40 Kms em singletracks. Paragem em Larrasoaña para meter água e aqui encontro o segundo casal a fazer o caminho de bicicleta. O primeiro tinha sido um casal de alemães que passei na subida na subida dos pirineus assim que entrei em Espanha.


O camino pelos bosques, antes de Larrasoaña.


Todo o caminho muito bem sinalizado.


Um peregrino durante uma subida.


Mais camino ...


Pelo vale do Rio Arga.


Ponte em Trinidad de Arre.

Queria terminar a etapa de hoje em Pamplona, mas quando lá cheguei estava tão complicado encontrar albergue que arrisquei debaixo de um céu cinzento, fazer mais 5 Kms até Cizur Menor.


Chegada a Pamplona.


Entrada no forte e ruas de Pamplona.


Pamplona.


Jardins de Pamplona por onde passa o camino.

Decisão mais acertada não podia ter tido. O albergue e as suas gentes é maravilhoso. Depois de tomar banho, lavar a minha roupa e comprar uma massa para o jantar estou aqui no jardim a escrever algumas palavras, ao mesmo tempo que desfruto deste lindo local. A volta de hoje rendeu 80 Kms, vou de seguida estudar a de amanhã.


Jardim do albergue em Cizur Menor.


No jardim, enquanto descanso e escrevo.

Sábado, 26 de Maio de 2007

Hoje o dia não começou da melhor maneira.
Tinha pensado para hoje, ligar Cizur Menor a Logroño. Às 7:30 já estava de pequeno almoço tomado pronto para arrancar. A noite foi de chuva e o dia estava igual. Parti em direcção ao alto do Pérdon, mas cedo tive a minha surpresa. Uns 3 Kms depois de Cizur Menor faço uns 100 metros por uns caminho agrícolas por onde passa o camino, que com tanta lama a bicicleta acabou por parar. Nunca tinha visto lama tão peganhenta que parecia plasticina. Deixei de poder pedalar, ou montar a bicicleta, pois estava tudo num amontoado de lama. Voltei atrás com a bicicleta à mão em busca de um sitio para a limpar, isto sempre debaixo de chuva.


Um pequeno exemplo da roda da frente.


Ainda tirei estas duas fotos, mas estava pior que estragado e a achar pouca piada ao momento.
A corrente, desviadores, etc ... eram amontoados de barro.


Não encontrei nenhuma estação de serviço, mas como estava de novo em Cizur Menor e tinha acabado de encontrar uma fonte, desmontei alforges, suportes, rodas e fui lavando a bicicleta às partes. A lama que tirava à mão da bicicleta, ficava imediatamente agarrada à luva, uma coisa impressionante.
Escusado será dizer que passado duas horas estava praticamente no ponto de partida deste dia, todo molhado e com a Lolita numa condição lastimável. Lá apanhei o caminho alternativo ao longo da estrada nacional em direcção a Puente de la Reina. Vi ao longe o monumento ao peregrino no Alto del Perdón e passei ao lado da puente.


Ao longe o monumento ao peregrino, no Alto del Perdon.


Alto del Perdón (fotografia retirada da internet).


Ayegui.

Só em Villamayor de Monjardin é que parou de chover. Parei para tirar água das meias e com bastante vento de frente, que dificultava o pedalar, cheguei a Los Arcos mais ou menos seco. O impermeável já só estava húmido, mas os pés continuavam frios. Foi então que decidi ficar em Los Arcos eram 14:00.


Villamayor de Monjardín.


À entrada de Villamayor de Monjardín, já com melhor aspecto.

Descansado da vida, tomei banho, afinei o que pude a bicicleta, lavei a roupa, fui comprar comida e neste momento estou no albergue a comer uma sandocha e de olho na rua para ver se voltar a chover vou tirar as sapatilhas do alpendre. Tudo a correr bem, amanhã arranco com tudo quase seco.


Em Los Arcos.


Portão de entrada do albergue em Los Arcos.

Hoje as fotografias foram muito poucas, pois o tempo não ajudou nada. O albergue está praticamente cheio, mais logo vou jantar uma massa instantânea que comprei na panaderia da calle mayor e como a igreja é aqui ao lado ainda lá vou fazer uma visita e assistir à missa. Por agora termino, está na hora de estudar o percurso para amanhã.


Estrada nacional em Los Arcos.
(...)
Neste momento está alinhavada a etapa de amanhã. Hoje aqui no albergue tenho aqui mais companheiros de bicicleta, um canadiano que vem com um belga e uma família (pai,mãe e filho) que penso serem alemães.
Já dei uma volta por Los Arcos, já estive na conversa com alguns peregrinos do albergue, já jantei e já fui à missa. A missa tinha no fim uma cerimonia de bênção dos peregrinos e qual o meus espanto, que quando ficamos só peregrinos na igreja, deu para aperceber que a maioria das pessoas da missa eram peregrinos. Mais espantado fiquei com as nacionalidades dos peregrinos que estavam ali comigo, muitos espanhóis e franceses, gente da Bélgica, do Quebec (Canadá), Coreia, Japão, Suécia e mais não me lembro. Ah, ..... e de Portugal também (estava lá eu).
Agora no refugio, juntamente com o belga da bicicleta, falava em relação às opções a tomar amanhã, disse-me que tinha no seu clube dois portugueses muito bons. E quem eram? O Sérgio Conceição e o Sá Pinto, que eu pensava que já tinha acabado a carreira. E no ultimo jogo da taça da Bélgica, parece que foi um dos homens do jogo.


Igreja de Los Arcos por fora e durante a cerimonia da bênção dos peregrinos.

No fim de contas tenho várias razões para dizer que a decisão de ficar por hoje por Los Arcos, foi boa, pelo ambiente do albergue, pela missa, pela aldeia e porque com este vento tenho tudo seco. Amanhã é outro dia ...


Domingo, 27 de Maio de 2007

São 21:00, o dia já vai tão longo que ontem parece que já foi à mais tempo.
É engraçada a sensação de começar a pedalar e passar por tanta gente conhecida. Conhecida ontem uma ou duas horas, mas parece que já as conhecemos à muito mais tempo. Assim que saí de Los Arcos, rumei a Torres del Rio e de seguida Viana, duas bonitas aldeias. Também gostei de passar por Logroño, cidade banhada pelo Rio Ebro, o maior rio da Península Ibérica.


A caminho de Sansol.


Sansol.


Viana.


Entrada em Logroño.


Logroño.


Igreja de Logroño.

Depois de Logroño até à zona de recreio de La Grajera, os peregrinos confundem-se com as gentes locais a andar a pé, a correr e a andar de bicicleta. Um mar de gente, pelas andaderos locais.

Pelos jardins à saída de Logroño.


O camino, pelos andaderos de Logroño.

Mais à frente encontrei o canadiano e o belga que conheci ontem no albergue de Los Arcos. Depois de trocar-mos umas palavrinhas seguimos caminho durante uns 2 ou 3 Kms até que nos voltámos a separar pois eles estavam a fazer o caminho para Santiago por alcatrão.


Marcos do camino acerca de Logroño.


Chegada a La Grajera.

O camino pelo parque de La Grajera.


O canadiano, o belga e o português.


Ainda pelo troço de alcatrão, antes de Navarrete.


Chegada a Navarrete.


A caminho de Ventosa.


A passar ao lado de Ventosa.


Pedras deixadas pelos peregrinos, durante o caminho.


Trilhos do camino.


As montanhas ao lado do camino.

Najera, outro pueblo muito bonito que vale a pena visitar.


Chegada a Nájera.


Nájera.


A descansar ao lado do rio e saindo de Nájera.


Marcação do camino, ns vinhas da zona de La Rioja.


A caminho de Santo Domingo de La Calzada.

Às 14:30 já estava em Santo Domingo de La Calzada. Ainda ponderei continuar, mas o tempo começava a ameaçar chover. O fim de dia ficou muito ventoso e qualquer coisa a direito parecia uma boa subida. O anemometro biologico apurado em horas de seca nas descolagens de parapente na serra da Estrela, estavam a medir ventos de 40 Kms/h de frente, o que foi dificultando estes últimos 30 Kms.

Cheguei ao primeiro albergue e estava completo, o segundo ainda não estava aberto, mas já tinha muitos peregrinos à espera que abrisse.
Entretanto chegam 3 companheiros de Bilbau que também vinham de bicicleta: o Roberto, o Iñaki e o Victor.


No átrio de entrada do albergue, à espera de abrir.


O albergue Casa del Santo.


À porta do albergue: Victor, Iñaki, o hospitalero sempre bem disposto, eu e o Roberto.

Depois de o albergue abrir e de nos instalar-mos fomos ver a futebolada do Atlético de Bilbau que no final deu um passo em frente na permanência na primeira liga. Como é domingo e está tudo fechado, fomos os 4 comer de faca e garfo a um restaurante. Malta muito porreira, que prometi avisar assim que um dia voltar ao País Basco.


Um dos campanários, mais bonitos de Espanha e o mais antigo da região de La Rioja.

Neste momento já são 21:30. Estou deitado e ainda há luz na rua, pois vejo daqui a minha Lolita no pátio à chuva. Veremos se amanhã o dono não apanha molha também.

Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

Acordei a ler duas mensagens a dizer que o Sporting tinha ganho a Taça de Portugal (uma do Miguel e outra da minha mana), que comentei logo com os meus companheiros de Bilbau.


O camino marcado nas habitações.

O dia começou muito cinzento, muito nublado, com muito frio e com bastante vento. Saí já de impermeável vestido, pois sempre cortava o vento e na eventualidade de chover, já estava preparado.
Em termos de percurso, hoje foi bastante acessível. Só mesmo uma subida não muito longa, digna de relevo e uma outra parte bastante escavacada.


O dia a melhorar a meio da manhã.


A chegar a Belorado.

Paragem para comer.


Albergue de peregrinos em Belorado.

Cerca das 10:00, já estava em Belorado. Pelo caminho inúmeras aldeias todas com albergue. Em Belorado parei para comer. Entretanto aparece um senhor que morava ali ao lado e estivemos um bocado na conversa. Depois de Belorado a parte mais bonita do dia, foi durante a subida a seguir a Villafranca de Los Montes de Oca, pois o caminho que subia ao Alto de La Pedraja passava num bonito bosque.


O camino dentro das povoações.


Ponte do camino.


Passagem por Espinosa del Camino.

Ainda começou a chover e as mãos arrefeceram e os pés gelaram. No cimo do Alto de La Pedraja, apercebi-me da neve que tinha caído na noite anterior. Claro que tinha de estar frio.
Seguiu-se San Juan de Ortega e o próximo destino foi Burgos.


Neve no cimo dos montes.


Miradouro nos Montes de Oca.


Montes de Oca.


Alto de La Pedraja.


Peregrinos nos Montes de Oca.


Chegada a San Juan de Ortega.


Em San Juan de Ortega.


Chegada a Atapuerta, património mundial da Unesco.


Em Atapuerta, mais uma paragem para abastecer.


A subida mais escavacada do dia.


A cruz, no cimo da subida.


Ao longe, Burgos.

A chegada a Burgos não é pelo sitio mais bonito. Praticamente entra-se pelas traseiras desta grande cidade, onde se tem de atravessar a zona industrial que leva ao centro da cidade no meio da confusão.
À procura de setas amarelas, acabo por chegar à magnifica catedral de Burgos. Ali encontrei uma simpática peregrina catalã que como o filho dela também já tinha feito o caminho como eu estava a fazer, se prontificou para registar o momento.


Entrada de Burgos e junto da catedral (e do semáforo).


Catedral de Santa Maria em Burgos.

Desta feita, fui à procura do albergue que fica situado na saída da cidade.
Acabo de entregar a minha credencial no albergue e logo o hospitalero diz num português acanhado: "Forte, farta, fria, ...". Claro que se estava a referir à cidade da Guarda. Não conhecia a cidade, mas já tinha passado por lá perto, uma vez que tinha visitado Sortelha.


Estátua do Santo Domingo de La Calzada e a minha Lolita no albergue.


Peregrino à entrada do albergue.

Instalei-me na camarata, tomei banho, lavei a roupa e fui às compras para lanchar, jantar e "desayunar" no dia seguinte. O fim de tarde ficou bastante quentinho para secar a roupa e estar aqui ao sol a escrever estas palavras num banco de jardim à entrada do albergue.


Na camarata do albergue.


Enquanto passo para algumas palavras, como foi o meu dia.


A minha grande ajuda para planear o dia seguinte.

À pouco vejo chegar gente conhecida, o belga e o canadiano. Quando me dirigia a eles para saber o nome deles, vinham também eles com a mesma intenção. Já passava a mais nos encontrar-mos 3 dias seguidos e para mim era o belga e o canadiano e eu para eles era o "portuguese guy". Pessoal apresentado, David from Canadá, Philippe de Bélgique e Tiago de Portugal.

Peregrinos no recinto do albergue.

(...)

De volta à escrita.
Quando me preparava para jantar chegam ao albergue, o Victor, o Roberto e o Iñaki. Eles iam comer à cantina da universidade, mas eu já tinha preparado o meu garbanzo con atun.
Depois de jantar ainda fui dar uma volta pela ciudad. Fui visitar melhor a imponente e lindíssima catedral de Burgos (Catedral de Santa Maria) e conhece-la por dentro.


Entrada principal da Catedral de Santa Maria.


Vista do lado da plaza.


Mais uma perspectiva da catedral.


Na porta principal da catedral.

Agora enquanto acabo a ultima fatia de bolo que me fez a Ti Vira, bebo um copo de leite e estou prontinho para ir para a cama. No pátio, já só resto eu e um grupo de alemães. Tudo o resto já está nas camaratas e ainda não são 21:00. Amanhã é mais um dia, este já vai longo. Também vou recolher ...

Terça-feira, 29 de Maio de 2007

O dia acordou mais uma vez frio, mas rapidamente o sol foi aparecendo. Começo a ficar mal habituado, pois o dia de hoje à semelhança do de ontem foi muito plano. Por outro lado desde que saí de Saint-Jean-Pied-de-Port ainda não houve nenhum dia que não tivesse vento de frente a dificultar o percurso.
De Burgos até Hontanas, o caminho passou depressa, pois o trilho era muito acessivel e para não arrefecer com o vento, acelerei o ritmo.


Amanhecer, na passagem por cima da
Autovia del Camino de Santiago e passagem por mais uma aldeia.


Em Rabé de las Calzadas (acho eu).


Descida para Hornillos del Camino.


Na planície do camino e galo de Hornillos de Camino.


Dá para perceber porque chamam a esta zona o celeiro da Europa.


A planície e a minha Lolita.


Descida para Hontanas.


Paragem para olhar o percurso e abastecer.


Convento de San Antón e umas ruínas de Castrojeriz.


Colegiata de N.S. del Manzano de Castrojeriz

Em Castrojeriz, encontrei dois amigos catalães de bicicleta. A certa altura tive de lhes mandar um berro pois iam enganados e quase que se punham a caminho de Santander, como disse um deles enquanto me agradecia.


Pedro e Rafael.

Até ao alto de Mosterales fomos sempre os três: Eu, o Rafael e o Pedro. Depois do alto, fui andando até passar o Rio Pisuerga que separa a província de Burgos da de Palência. Lá, vi os únicos dois peregrinos a cavalo.


Subida para o Alto de Mostelares.


No Alto de Molestares.


Peregrinos a cavalo.


Já na província de Palência.


Já sei onde alguns gajos vêm fotografar wallpappers.


Engarrafamento no camino.

Parei para comer e entretanto aparece o Philippe e o David que iam no seu caminho pelo asfalto. Hoje vi muita gente de bicicleta, pois mais à frente encontrei um grupo de 3 italianos e a seguir um grupo de alemães que até tinham autocarro de apoio.


Philippe e David na área de descanso à entrada da província de Palência.


Em Boadilla del Camino.

Canal de Castilla.


As rectas intermináveis destes andaderos ao lado da carretera nacional.


Numa paragem e em Revenga de Campos.


A abastecer em Revenga de Campos.

Desde Frómista até Carrion de Los Condes o caminho é sempre igual, ao lado da carretera um trilho de terra para os peregrinos durante 20 Kms.


Um alemão na carretera.


Chegada a Villacázar de Sirga.


O andadero na chegada a Villacázar de Sirga.

Por pouco não tinha de usar a capa de sobrevivência que me deu o meu amigo Pinto da Rocha, pois quando cheguei a Carrion de Los Condes um albergues estava cheio e no outro só restavam duas camas. Só nestes dois albergues existem 150+60, lugares, o que dá para ter uma ideia dos peregrinos que andam no caminho.


Chegada a Carrion de Los Condes.

O ritual do fim do dia hoje teve uma ordem inversa. Já lavei a roupa, estou a acabar de escrever, já defini a etapa de amanhã (tentar chegar a León) e estou à espera que a água aqueça para tomar a minha banhoca.


Fonte em Carrion de Los Condes.

(...)

Já à muito tempo que não escrevia tanto. Mas além de pedalar, tratar da roupa e da comida, preparar o dia seguinte e visitar melhor o pueblo onde durmo, existem estes momentos de sossego a ouvir a passarada no quintal ou no jardim de cada albergue.


No quintal do albergue.

À pouco uma distracção: fui às compras e não reparei que a cozinha do albergue não tinha fogão, tinha somente um micro-ondas. Tinha trazido uns ovos e uma massa para cozer e foi tudo por agua abaixo. Decidi inventar. Bati uns ovos par fazer uma tortilha e em vez de ir à frigideira foi ao micro-ondas.
Na cozinha, estava lá um simpático barba branca alemão que assim que me viu bater os ovos, começou-se logo a rir e a apontar para mim como quem diz "Ui, onde é que tu te vais meter?". O gajo, curioso, ficou à espera de ouvir o plim do micro-ondas. Eu só me dava para rir e a ele também. Quando acaba o programa, a minha tortilha, mais parecia um molotoff. Claro que o barba branca mandou logo uma gargalhada, mas assim que me viu comer a minha tortilha do micro-ondas, olhou para mim e disse qualquer coisa, como quem diz, "Hoje, já te safaste!".
Uma curiosidade é que parece que estou a meio do caminho, pois pelo livro, faltam 390 Kms e o meu conta Kms marca outros 390 já feitos.

Quarta-feira, 30 de Maio de 2007

Ontem aquando da volta à aldeia fui visitar a igreja e dou conta que estavam a rezar o terço em Latim. Esperei que acaba-se pois a seguir o cura ia dar inicio à cerimónia da bênção dos peregrinos. Foi muito bonito, éramos uns 50 peregrinos na sacristia e rezamos nas línguas de todos os presentes: castelhano, inglês, alemão e português (sim, porque estava eu e um brasileiro).

Já hoje o dia foi entediante!
Em meia dúzia de rectas, passei por meia dúzia de pueblos e o dia estava feito com quase 100 Kms até León. Qualquer voltinha ao fim da tarde na Guarda têm mais desnível acumulados que o dia de hoje. O caminho era muito igual, rectas sem fim e claro com vento de frente.


As rectas do camino.


Entrada na Província de León.


Passagem do Rio Valderaduey.


Na Ermita del Puente.


Mais rectas do caminho até León.


Mais um cruzeiro do caminho.


Chegada a Mansilla de Las Mulas.


Em Mansilla de Las Mulas.


Rio Parma.


Cruzes deixadas pelos peregrinos.


Uma parte muito ruim do camino.


Ponte sobre o Rio Torío à entrada de León.


Entrada de León e pormenor do camino pelos passeios de León.


Dentro de León.


León.

Já em León fui visitar aquela que acho ser das catedrais mais bonitas, a catedral de León. Já deve ser a 4º vez que a visito, pois quase sempre que vou aos Picos de Europa, paro sempre por aqui.

Catedral de León.


Catedral de León.

Já tratei das compras e da roupa e fui tentar telefonar ao Ezequiel um companheiro dos jogos de volei, que esteve uns tempos na Covilhã e que é daqui de León. Mas como o número que eu tinha não estava correcto, não consegui falar com ele. Fica para a próxima vez que passe por aqui.
Como o albergue fecha as portas às 21:30, voltei aos meus aposentos. Hoje neste albergue já conto 16 bicicletas.



Entrada do albergue de Santa Maria de Carbajal.



Patio do albergue.


As biclas.

Quinta-feira, 31 de Maio de 2007

Que dia o de hoje ....
Perdi a conta às vezes que levei molha e sequei a roupa no corpo.
O dia começou chuvoso e manteve-se assim quase todo o dia. Somente houve uma aberta entre Astorga e o Rabanal del Camino.
O vento continua com a mesma direcção, sempre de frente e hoje estava bastante forte, até para descer tinha de pedalar. Já começo a estar um bocado farto de andar sentado, hoje devo ter feito uns 40 Kms em pé, tanto fazia se fosse a subir, descer ou mesmo a direito.


Dois peregrinos que conheci no albergue.


À saída de León.

De León a Astorga, para aquecer da chuva e do vento, foi um instante. Apenas uma paragem em Hospital de Órbigo, para comer qualquer coisa.


Em Hospital de Órbigo.


Pausa na ponte em Hospital de Órbigo.


Hospital de Órbigo.


Ponte de Hospital de Órbigo.


Chegada a Astorga.


Cruzeiro antes de Astorga.


Entrada de Astorga.


Astorga.


Igreja em Astorga.


Plaza Maior de Astorga.

Astorga é sem dúvida uma cidade muito bonita, cheia de história e monumentos. Vale a pena cá voltar.


Palácio de Gaudi.


Catedral de Astorga.


Catedral de Astorga.


Uma das muitas igrejas de Astorga.


De Astorga a Rabanal del Camino a chuva parou, ficou somente o vento a incomodar, mas ao mesmo tempo a secar a roupa.


Cruzeiro depois de Astorga.


Marcações no camino feitas por peregrinos.

Cheguei ao Rabanal del Camino por volta das 14:00, mas era muito cedo para parar. Foi então que resolvi arranjar mil e um argumentos para continuar, subir à Cruz de Ferro e ir até Ponferrada. Eram mais 30 Kms e hoje já levava mais de 70. Então pensei que seria preferível fazer esta subida agora que a fazer amanhã; tinha a indicação que o albergue em Ponferrada tinha boas condições; estava farto de andar a direito (queria uma subidita), blá, blá, blá ...


Entrada em Rabanal del Camino.


Peregrinos em Rabanal del Camino.

Lá fui eu! Levei a maior coça do dia, frio, chuva e muito vento. Custou mais descer que subir. Na cruz de ferro encontrei dois irmãos holandeses (dos bons), com mais de 2000 Kms nas pernas desde o inicio do mês, que se estavam a abrigar da chuva. Estive lá um bocado com eles, mas como estava a rapar o mesmo frio, decidi ir embora.


Cruz de Ferro.


Os meus amigos holandeses. Cada vez que nos víamos, gritavam sempre: friend.

Com a ventania, acabei, acabei por secar outra vez, mas ainda parei mais duas vezes para aquecer as mãos.


Passagem por Manjarín, uma aldeia com somente um habitante (o hospitalero do albergue da fotografia).


Até que enfim, montes! Estamos na Galiza.


Estrada que atravessa a serra.


Paragem para aquecer as mãos e apreciar a paisagem.

Em Molinaseca, levo mais uma molha e pensei em ficar por ali. Mas quando encontrei o albergue, já tinha tanta gente que até beliches havia montados na rua, debaixo do alpendre. Foi então que decidi que com chuva ou sem chuva só iria parar mesmo em Ponferrada.


Chegada a Molinaseca.


Molinaseca.

E se valeu a pena. O albergue é excelente, a roupa que lavei está quase seca e o banhinho morno soube a banho quente. Aqui ao lado também há supermercado e já fiz as compras para amanhã. À medida que a tarde foi passando, foram chegando mais ciclistas. Chegou o David e o Philippe e depois mais tarde a malta de Barcelona com quem saí do albergue em León.


As biclas estacionadas no albergue em Ponferrada.


Jardim do albergue de Ponferrada.


Vistas do albergue sobre os montes à volta.

Jantei com o David e com o Philippe e ao mesmo tempo discutimos os vários aspectos do dia seguinte.
Apesar de bastante sofrida, hoje foi uma aposta ganha.

Sexta-feira, 1 de Junho de 2007

O dia esteve no ponto para andar de bike. Tudo encoberto, sem Sol, pouco vento e frio só mesmo nos pontos mais altos.
Hoje fiquei ainda mais convencido que a opção de ontem valeu a pena. Em vez da regra de 3 etapas (a pé) do livro, fazer mais uma (4 etapas), deu para tirar proveito em vários níveis. Além de encurtar 30 Kms para o dia da chegada a Santiago de Compostela, para hoje em vez de fazer as duas subidas (cruz de ferro e Cebreiro) num só dia, fiz ontem uma e hoje outra. Até porque senão hoje terminaria o dia no Cebreiro, sitio alto onde talvez passa-se frio à noite.
Assim cheguei a Triacastela às 15:30 e fiquei logo no primeiro albergue que encontrei que tem tudo o que preciso aqui perto.
Ponferrada é um pueblo bem bonito, com um castelo lindíssimo que o ayuntamento está a recuperar. Até chegar a Villafranca del Bierzo foi quase sempre em asfalto, só mesmo um par de kms em terra a fazer a ligação dos troços de alcatrão.


Castelo de Ponferrada.


Junto à muralha.


Peregrina nórdica à saída de Ponferrada.


Mais peregrinos à saída de Ponferrada.


Saída de Ponferrada.


A 195 Kms de Santiago de Compostela.

Camponaraya.


Lagar de vinho em Cacabelos.


À entrada de Villafranca del Bierzo.


Villafranca del Bierzo.


Villafranca del Bierzo.


Palacio de Los Marqueses de Villafranca.

A Galiza é realmente muito bonita, muito parecida com o nosso Minho. Já andava farto das planícies de Burgos e León. Deixei Villafranca del Bierzo e rumei ao famoso Cebreiro que os peregrinos tanto falam estes últimos dias. Uma valente subida que em 8 Kms nos leva dos 700 metros aos quase 1300 metros. Como se isso não basta-se hoje enganei-me e acrescentei à conta mais uns 6 ou7 Kms. A subida para o Cebreiro é em asfalto e em algum lado não vi a seta para virar e subi na encosta errada que me levou a Piedrafita onde depois tive de arranjar uma estrada para ligar com o Cebreiro. Descidas? Estes ultimos 30 Kms foram sempre a subir e bem ...


Pelas ruas de Villafranca del Bierzo.


Rio Burbia.

No Cebreiro, umas dezenas de peregrinos aproveitavam as vistas e olhavam para trás para ver o muito que já tinham subido hoje. Os últimos 3 Kms tem um trilho de terra bem mais interessante que o asfalto, mas isso era se não me tivesse enganado.


Vistas da subida para Piedrafita.


Piedrafita.



Continuando a subida.


Mais montes galegos.


Chegada ao Cebreiro.


Miradouro no Cebreiro.


Cebreiro.


Cebreiro, durante a saída.


Os vales abaixo do Cebreiro.

Antes e depois do Cebreiro, voltei a ver os catalães que saíram comigo de León e que voltei a encontrar ontem em Ponferrada.


A malta da Catalunha.


Um dos irmãos holandeses.

No Alto de San Roque, voltei a encontrar o David e o Philippe, mas como estava na hora de apanhar a terra, deixei de os ver na descida de asfalto.


Monumento ao peregrino, no Alto de San Roque.


Trilhos a caminho de Triacastela.


Passagem por Viduedo.


Já nas descidas para Triacastela.

Quando cheguei a Triacastela, ainda poderia ter andado mais uns Kms, mas aproveitei e fiquei no albergue que encontrei logo à entrada deste pueblo.


Com os meus amigos de Bergamo (Itália), Fiore e Tiago.

Faltam apenas dois dias, estou a 126 Kms de Santiago. Se tudo correr bem, amanhã vou até Melide e deixo 50 Kms para o ultimo dia.

Sábado, 2 de Junho de 2007

À hora de sempre, 7:30, saí de Triacastela. Tive pena de não me despedir dos meus amigos do jantar e de passeio de ontem o Tiago e Fiore. Já tinham saído e iam pela variante de Samos enquanto que eu ia por San Xil.


Saída de Triacastela.


Por Samos e por San Xil


A Balsa.


Amanhecer.


Amanhacer.


Pelos bosques da Galiza.


Zonas bonitas de muito arvoredo.


Calvor.


Verde, muito verde ...


Prados galegos, antes de descer para Sária.


Trilhos.


Aproveitando uma árvore no meio do caminho para tripé.



Escadaria do bosque.

Às 9:30 estava eu em Sarria, onde parei para comer no jardim junto à igreja. O pior do dia estava para vir. Assim que saio de Sarria, ao entrar numa zona de calçada romana o aperto rápido que fixa o suportes dos alforges ao espigão do selim, partiu. Era o meu maior receio desde que uso este suporte. Sem vontade de tirar a fotografia e a pensar na vida, voltei a Sarria à procura de uma serralharia.


Paragem em Sarria para comer.


Convento de La Magdalena.

Foi então que encontrei a Ferreteria Sarria e lá dentro um senhor 5 estrelas que com muita paciência, boa vontade e sabedoria lá conseguiu tirar a parte partida do parafuso e arranjou-me um parafuso novo para fixar o suporte, mas sem o aperto rápido. Todo contente por ver o meu problema resolvido, enquanto aperto o parafuso dou conta de um problema ainda maior. O suporte está prestes a partir pois já tem uma fissura grande na soldadura. Pior, muito pior ... esta é que nunca pensei que acontecesse. Sem dramas, a solução passou por ir comprar uma mochila (até tive sorte, pois a loja onde a comprei estava em saldo) e passei tudo o que tinha o alforge de trás para dentro da mochila.


Quase a partir...

Se no inicio do dia ainda me passou não acabar a etapa em Melide e acabar mais à frente para reduzir Kms do ultimo dia, isso ficou logo fora de questão pois eram 11:00 quando estava a sair de Sária com peso nas costas para massacrar a coluna e mais ainda o rabo (já massacrado com uma semana de bicicleta).
A partir de Sária fui evitando alguns caminhos mais estragados, pois não queria acabar de partir o suporte e ter de carregar mais coisas ainda.
Cheguei a Portomarin a deitar fumo. Muito calor, pensar no evoluir do dia e acostumar-me ao novo acessório das costas, não estava a ser fácil.


Antes de descer para Peruscallo.


Chegada a Portomarin.


Ponte sobre o Rio Miño, com o meu novo acessório as costas.


Peregrinos a caminho do Alto de Ligonde.


Mais prados da Galiza.

Segui para Melide que ficava a 38 Kms de Portomarin. Grande parte deste percurso foi feito por estrada. Numa paragem para comer encontro a Raquel do Brasil e o Ricardo de Madrid, que tinha conhecido no albergue de Ponferrada. Pensavam ir até Santa Irene para chegar Domingo a Santiago e estar presente na missa das 12:00 que era a dos peregrinos. Se andava a fazer contas de cabeça e a tentar mentalizar-me que deveria ficar em Melide, pensei.... logo vejo o que faço.
Quando chego a Melide encontro o Philippe e o David que também estavam a fazer contas para ver se valia a pena avançar ou ficar por ali. Decidimos ir os três andando até ver ...
Fui parando para aliviar as costas e beber uns sumos e a chegar a Pedrouzo (a 20 Kms de Santiago), o David e o Philippe disseram que iam ficar por ali a procura de um albergue. O dia já ia com 120 Kms.
Entretanto falei com a minha irmã ao telemóvel e disse-me que que vinha com o meu pai e com a minha mãe a Santiago de Compostela para me vir buscar. Contavam comigo Domingo de manhã, pois como lhes tinha dito hoje era dia de ficar em Melide.
Não deve existir doping mais forte que este, o poder estar com o meu pai, a minha mãe e a minha mana, já hoje em Santiago e fazer-lhes uma surpresa e então decidi que iria para Santiago.


O camino já perto de Santiago de Compostela.


A caminho do Monte do Gozo.


Monte do Gozo.

Na chegada a Santiago, paro um bocado à entrada e quem encontro? O Philippe e o David que não tinha encontrado o albergue e decidiram ir até Santiago também.


Entrada em Santiago de Compostela.

Foi linda a chegada! A emoção apoderou-se de mim e destes meus amigos, neste dia difícil.


À porta da catedral, eu, o Philippe e o David.

Bicicletas à à porta da Oficina del Peregrino, onde fomos buscar a nossa compostela.


Catedral de Santiago de Compostela.

Mas para acabar o dia em beleza, só mesmo fazer a surpresa aos meus pais e assim que eles chegaram à Plaza Maior já eu esperava por eles.


A minha irmã, o meu pai, eu e a minha mãe.

Chegou ao fim o camino! Agora apodera-se de mim a saudade dos bons amigos que fiz, das boas pessoas que conheci, que neste momento ainda vêm a caminho .... um grande abraço para toda essa gente ....

Domingo, 3 de Junho de 2007

Domingo foi o dia do regresso. Ainda dei um abraço à Raquel e ao Ricardo, pois eu estava na plaza maior quando eles chegaram. Depois de visitar a catedral e participar na missa, demos mais uma volta pela zona antiga da cidade, almoçámos e viemos os 4 nas calmas até à cidade mais alta.


Os meus pais e eu.


Antes de se iniciar a missa.


Os quatro pelas ruas de Santiago de Compostela.



Deixando Santiago de Compostela.


Paragem em Caminha.


Na margem do Rio Minho.

As minhas etapas:
1 - Saint-Jean-Pied-de-Port / Cizur Menor - 80 Kms
2 - Cizur Menor / Los Arcos - 70 Kms
3 - Los Arcos / Santo Domingo de La Calzada - 80 Kms
4 - Santo Domingo de La Calzada / Burgos - 76 Kms
5 - Burgos / Carrion de Los Condes - 84 Kms
6 - Carrion de Los Condes / León - 94 Kms
7 - León / Ponferrada - 105 Kms
8 - Ponferrada / Triacastela - 80 Kms
9 - Triacastela / Santiago de Compostela - 142 Kms

Informações úteis:
- Levei comigo o livro "Camino de Santiago" das edições Desnivel, para planear as etapas.
- No bureau du pelegrin em Saint-Jean-Pied-de-Port, dão-nos algumas folhas com dicas e informações úteis. Por exemplo a altimetria do percurso estava mais precisa nessas folhas que me deram do que no livro.
- Ao planear as etapas para cada dia deve-se fazer por parar em locais onde existam vários albergues e com muito lugares, pois como quem vai a pé tem prioridade sobre quem vai de bicicleta e podemos não conseguir lugar no albergue.