quarta-feira, agosto 29, 2012

Nocturnos da Covilhã

Dois mil e doze está a ser sem margem para dúvidas o regresso a um habito que tinha há uns tempos, os nocturnos de BTT.....

Assim, este ano tem tido muitos quilómetros debaixo da lua e das estrelas. Com calor ou com frio, com chuva ou na falta dela, as noites de quarta feira têm sido o ponto de encontro de um grupo de amigos com o objectivo de pedalar num saudável e bem disposto convívio. Uns dias com mais, outros com menos, há sempre alguém que aparece. A regularidade é muita, em média o grupo reúne sempre cerca de 10 BTTistas.

Um muito obrigado a todos estes companheiros da noite. A "noite" que vale a pena!
Algumas fotos (normalmente tiradas com o telemóvel do Zé Ângelo ou do Miguel Silva. 









A ultima de Agosto....


Um resumo por onde temos andado (registados pelo Miguel).....

Para os lados da Capinha
Mais Capinha
Capinha outra vez
Ida aos Piornos
Na Bouça
Coutada
Paul
Mineral

domingo, agosto 12, 2012

Rico fim de semana...


Este foi um fim de semana com uns bons quilómetros na Serra da Estrela e que começou logo na sexta feira à noite.

O fim de semana foi sem duvida rico:
- dormida na serra, 
- três visitas à torre, 
- o regresso do Vicente aos passeios de BTT, pois já não pedalava desde Novembro (lesão no joelho que originou, intervenção cirúrgica e paragem durante todos estes meses),
- a primeira investida do Joãozito rumo à Torre,
- a visita ao Cabeço das Fraguas,
- passeio
- convívio 
- etc.....

Começo este post por aconselhar esta visita encenada ao Cabeço das Fraguas que tem decorrido todos os sábados e terminará no dia 22 de Setembro. Mais informações para quem pretender fazer a visita aqui.


Este foi o ponto de partida. Tendo esta iniciativa também a colaboração do Clube de Montanhismo da Guarda, este sábado era a minha vez de estar presente. Por isso somente tinha um horário, estar na Guarda às 16:30 de sábado.

Para juntar o útil ao agradável, pensei sábado ir para a Guarda de BTT, desafiar a malta para domingo fazer-mos um Guarda - Unhais da Serra (via torre) e passar a tarde na praia fluvial. Para compor ainda mais o programa o Mané que alinhou logo, decidiu vir deixar o carro a Unhais na sexta para domingo ter transporte de regresso e alinhava assim em ir para a Guarda de bicicleta também. Mas em vez de irmos no sábado fomos logo na sexta.....

E na sexta-feira depois de um bom jantar em Unhais da Serra, eu e o Mané colocámos mochilas às costas e começámos a subir a serra às 22:30. Não tínhamos pressa, nem hora marcada. Apesar de haver vento, o tempo estava quente e permitia paragens para apreciar as paisagens nocturnas, sem sofrer com frio da transpiração.



O bom de uma noite destas em que as paragens não são desconfortáveis, é o facto de podermos observar com tempo e atenção tudo à nossa volta. Se há uns anos, podíamos durante a noite identificar as povoações que nos rodeiam agora com tantos aerogeradores plantados no cimo de cada monte é possível também identifica-los numa noite escura.




Durante a subida, só tivemos um percalço..... depois da casa do padre Alfredo, íamos tão distraídos e com pouca luz, dado que a lua tardava a aparecer, assustámos uma vaca e ela a nós. Quando não se conta com nada e aparece um bicho de cornos mesmo à frente é susto para qualquer um.

Chegámos ao Covão da Mulher já passava da meia noite, a dormida estava programada para ali, mas porque não numa noite destas subir mais um pouco e ir até à torre? Ainda perguntei ao Mané se lá íamos, na esperança de ouvir um "ficamos por aqui", mas a resposta foi "já que aqui estamos....." E lá fomos nós!! A partir da zona do túnel o vento era muito e quase sempre de frente. Sorte a nossa que não era frio. A recta da torre parecia interminável quando além de escuro, não víamos o fim da estrada.


Chegámos e tentámos registar o momento da melhor maneira possível. Qualquer que fosse a posição, o vento abanava sempre a maquina fotográfica e tudo saiu tremido.


Descemos ao covão estendemos o saco cama e dormimos. Eram 2:30 da manhã quando o fizemos.

A lua a nascer, passava um pouco da uma da manhã.

Seguiu-se o descanso...

Na manhã seguinte, o vento ainda não se tinha ido embora. Tínhamos de ir a caminho da Guarda, mas em vez de descer por Manteigas, porque não ir de novo à torre? E porque não passar pelo Mondeguinho para comer uma sandes de pequeno almoço? Lá fomos....



Chegámos à torre! As vistas são sem duvida fabulosas em qualquer dos quadrantes, mas uma coisa é verdade o ponto mais alto da Serra da Estrela é bem mais bonito de noite. Porque será??


Os pauzinhos das nossas montanhas.... 

O monte Colcurinho (como gosto deste monte :)) 



Iniciámos a nossa descida, mas.... em vez de apanhar o caminho do canal que vai para o Lagoacho que seria o mais rápido de fazer, virámos para a Lagoa Comprida, com a ideia de que por aquele caminho chegaríamos ao Vale do Rossim.. A ideia já não é de agora. Este suposto "atalho" serviria para "desenjoar" do caminho pedregoso e chato do Lagoacho e na melhor das hipóteses encurtar em tempo esta ligação. Que raio de ideia esta.....







 Pedro Veiga, lembraste desta parede à 20 anos atrás?? :)


O caminho ainda tem mais pedras que o outro ao qual queríamos fugir. As pedras ainda são maiores, o terreno ainda é mais acidentado, mas é sem duvida bem bonito. Fomos andando, tentando fazer o mais possível em cima das bicicletas. Apesar de estarmos a gostar o tempo foi-se gastando e a chegada à Guarda a tempo e horas estava a ficar comprometida. Estávamos nós no Covão dos Conchos, quando me lembrei da conversa com o meu amigo Coelho no dia anterior e deu-se a seguinte troca de sms:
(eu) "Já foste buscar a carrinha?"
(Koelhone) "Ainda não"
(eu) "Não te preocupes que eu levo-a :)"









Como as coisas encaixam na perfeição! Devido aos últimos dias de voo, o Koelhone tinha a carrinha estacionada no Vale da Amoreira. Assim eu e o Mané já podíamos inventar mais um bocado, pois já podíamos terminar a volta mais tarde.

 Gordo e Magro




Pensava eu que com a volta a terminar no Vale da Amoreira (em vez da Guarda) tinha mais tempo para um segundo "inventanço" após o almoço, mas o raio do caminho onde estávamos comia-nos mais tempo a todo o momento.

Passamos o Vale do Conde onde ainda hesitamos entre atravessar a linha de água ou não, pois à frente junto à parede do velho açude estava um grande rebanho e não víamos pastor, nem cão. Fomos aproximando-nos do muro sempre a olhar para todo lado, pois estávamos a atravessar o rebanho e os nossos olhos olhavam com atenção para todo o lado à procura de caninos como quem olha para um livro à procura do Wally. Demoraram a aparecer, mas quando apareceram eram 5. Enquanto os mais escuros (que se confundem com ovelhas) tratavam das ovelhas um mais castanho parecia querer tratar de nós. Mas de repente levantaram-se do chão, 3 pastores que lá sossegaram os animais. Dá que pensar a vida dura a desta gente.




Começámos a descer para os lados do Vale do Rossim e finalmente chegámos ao caminho que tanto "detestamos", mas que agora que lá tínhamos chegado e comparado com o caminho que trazíamos, este horrível estradão do Lagoacho até Vale do Rossim é sem duvida um espectáculo. Felizmente fizemos pouco tempo nele, pois entramos já perto do Vale do Rossim.

"Corremos" para o Ti Branquinho, pois a fome já apertava. Para quem queria ir ao Mondeguinho tomar o pequeno almoço, já chegámos bem tarde. Eram 12:30 quando lá chegámos. O bonito atalho, meteu-nos em trabalhos, mas valeu a pena. O tal caminho (indo de bicicleta) só vale a pena de vez em quando e neste sentido. Ao contrário mais vale deixar as bicicletas escondidas nas giestas.


A dona Judite lá nos serviu umas fresquinhas com uma boa sandes de queijo e presunto. A muito custo, lá acabámos com elas.

Passámos no Mondeguinho e encontrámos de imediato uma malta de BTT. O amigo Carlos Gonçalves de Figueira de Castelo Rodrigo andava também por estas bandas com um grupo grande de BTTistas. Este ano, já não é a primeira, nem a segunda vez que nos encontramos ao acaso no monte. Duas vezes já conto nas encostas do Rio Douro e agora esta na Serra da Estrela.



E mais à frente uma sorte, o aviso foi dado a tempo. Um incêndio nas barbas do pinhal junto ao observatório foi detectado e rapidamente extinto. Até tenho medo de pensar o estrago que poderia dar no arvoredo desta encosta. Bom trabalho o deste gente! Um grande obrigado!


Quando garantimos a carrinha do Coelho para o regresso, pensei, "assim podemos vaguear mais um bocado pela serra", mas ficámos curtos de tempo, enganei-me. Do Mondeguinho descemos à Cruz das Jogadas e pela Mata de São Lourenço descemos ao Sameiro. Antes de chegar ao Sameiro, ouço o Mané dizer "tenho furo" mas quando parei ouvia o barulho de ar a sair bem mais perto de mim. Tinha furo o Mané e tinha eu um pau espetado no meu pneu. Resumindo tínhamos os dois furo. Como eu tinha gasto a minha câmara na volta da Peña de Francia tive de usar uma do Mané, pois eu ia desprevenido.

Ai este pneu.....

 Manteigas








Descemos ao Sameiro e dali fizemos alcatrão até ao Vale da Amoreira e depois de uma Cola fresquinha, fomos buscar a chave ao senhor Aníbal, pegamos na maravilhosa carrinha, metemos as biclas lá dentro e toca a ir para a Guarda. A noite de sexta e o dia de sábado até às 3 da tarde, já tinham rendido 80 Kms e quase 2500 metros de desnível vencido.

Chegado à Guarda, foi tudo em contra-relógio até estar às 16:30 já com o Coelho junto à igreja da misericórdia para ir de autocarro à visita teatral.

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas


Adorei o que vi. Uma visita que fale a pena fazer e ainda mais nestes moldes como dá para perceber nas fotografias.

À noite antecipámos a janta normal de uma grande volta e juntámos uma "tropa" bem disposta, no Digujá, para uma francesinha. O dia seguinte (domingo) era dia de Guarda - Unhais da Serra, pelos caminhos mais batidos para chegarmos ainda a tempo de gozar um resto de tarde na praia fluvial.

Assim, domingo o passeio começou às 7:00 no Largo do Torreão. Apareci, eu, o Mané, o "comeback of the year" Paulo Vicente, o Coelho e o Joãozito que já tem alinhado noutras aventuras, mas rumo à torre era a estreia. E que grande estreia.

Da Guarda descemos pela carreira de tiro a Vale de Estrela e de seguida Caldeirão. Mas ainda antes de chegar ao fundo do vale, o Mané furou. Como a câmara de ar suplente dele tinha-a eu, teve de ser o Vicente a fornecer a seguinte.



"Um, dó, li, tá" e a subida escolhida foi a da Corujeira. Mais uma que o João ficou a conhecer. Seguimos para os Meios e nos meios fomos a caminho do Cagarraz, por um caminho pouco frequentado por nós.

A Mata do Fragusto veio logo a seguir. Foi a primeira paragem oficial de volta para abastecer e atestar os cantis no conhecido canal. Seguimos para a Azinha. Claro que tivemos que ir a este miradouro do mundo do voo livre.















Mas desta vez, não picámos o ponto do Covão da Ponte. Como a ideia era não pagar portagem, fomos directos à Cruz das Jogadas e subimos à Pousada de São Lourenço.










Conseguimos chegar mais cedo ao Mondeguinho do que eu e o Mané no dia anterior. Às 12:00 já lá estávamos, antes da sandes ainda picámos umas moelas e às 13:00 já estávamos de saída para o Vale do Rossim e Lagoacho. La fizemos nós o empedrado, seguido do canal até entrar no asfalto.




 Alguém adivinha o que bebe este senhor?

Barriga cheia, companhia desfeita.  

Aqui nasce o Rio Mondego 

Team work 

SIMPLESMENTE Vale do Rossim (sem kits e acessórios)

O tal caminho que não queríamos fazer.... toca a gramar com ele.



 Lagoacho






A subida de alcatrão foi feita nas calmas. Estava tudo controlado para passar um bom bocado em Unhais. O Coelho que por estas bandas não pode ver ninguém a servir de lebre, depressa se pisgou. Eu e o resto da malta fomos subindo. O Joãozito já via a torre, estava quase. Pelo caminho tivemos a visita do João Pedro.

Vicente, de regresso e em forma.




O grande Joãozito com um lindo pano de fundo.



 
Lagoa Serrano

  Covão do Meio  e Covão da Nave

De novo na torre, desta vez com mais companhia

Chegámos a Torre bem animados por esta volta, estava quase terminada, pois só faltava descer. O Joãozito tinha a família a vê-lo chegar. Foi uma merecida recepção, pois este é um miúdo 5 estrelas, um todo terreno em todos os aspectos. Continua assim amigo.





A descida foi um luxo. Terminámos em Unhais da Serra com 90 Kms e outros 2300 metros de desnível vencido para juntar às contas do fim de semana.






A chegada idem, foi outro luxo. Os mais corajosos, foram a mergulhos e a banhos nas aguas fresquinhas da ribeira de Unhais. Eu só molhei as pernas, mas foi só porque não tinha pé.

Mas o dia não estava acabado. Famílias e amigos foram aparecendo na praia e quando demos conta já éramos um grande e bonito grupo à volta de uma manta num pic-nic bem improvisado na relva à beira da ribeira.

Dia 5 estrelas e um fim de semana à maneira.

Obrigado a todos por este domingo fabuloso e principalmente ao Mané por ter alinhado de sexta a domingo. :)