domingo, agosto 12, 2012

Rico fim de semana...


Este foi um fim de semana com uns bons quilómetros na Serra da Estrela e que começou logo na sexta feira à noite.

O fim de semana foi sem duvida rico:
- dormida na serra, 
- três visitas à torre, 
- o regresso do Vicente aos passeios de BTT, pois já não pedalava desde Novembro (lesão no joelho que originou, intervenção cirúrgica e paragem durante todos estes meses),
- a primeira investida do Joãozito rumo à Torre,
- a visita ao Cabeço das Fraguas,
- passeio
- convívio 
- etc.....

Começo este post por aconselhar esta visita encenada ao Cabeço das Fraguas que tem decorrido todos os sábados e terminará no dia 22 de Setembro. Mais informações para quem pretender fazer a visita aqui.


Este foi o ponto de partida. Tendo esta iniciativa também a colaboração do Clube de Montanhismo da Guarda, este sábado era a minha vez de estar presente. Por isso somente tinha um horário, estar na Guarda às 16:30 de sábado.

Para juntar o útil ao agradável, pensei sábado ir para a Guarda de BTT, desafiar a malta para domingo fazer-mos um Guarda - Unhais da Serra (via torre) e passar a tarde na praia fluvial. Para compor ainda mais o programa o Mané que alinhou logo, decidiu vir deixar o carro a Unhais na sexta para domingo ter transporte de regresso e alinhava assim em ir para a Guarda de bicicleta também. Mas em vez de irmos no sábado fomos logo na sexta.....

E na sexta-feira depois de um bom jantar em Unhais da Serra, eu e o Mané colocámos mochilas às costas e começámos a subir a serra às 22:30. Não tínhamos pressa, nem hora marcada. Apesar de haver vento, o tempo estava quente e permitia paragens para apreciar as paisagens nocturnas, sem sofrer com frio da transpiração.



O bom de uma noite destas em que as paragens não são desconfortáveis, é o facto de podermos observar com tempo e atenção tudo à nossa volta. Se há uns anos, podíamos durante a noite identificar as povoações que nos rodeiam agora com tantos aerogeradores plantados no cimo de cada monte é possível também identifica-los numa noite escura.




Durante a subida, só tivemos um percalço..... depois da casa do padre Alfredo, íamos tão distraídos e com pouca luz, dado que a lua tardava a aparecer, assustámos uma vaca e ela a nós. Quando não se conta com nada e aparece um bicho de cornos mesmo à frente é susto para qualquer um.

Chegámos ao Covão da Mulher já passava da meia noite, a dormida estava programada para ali, mas porque não numa noite destas subir mais um pouco e ir até à torre? Ainda perguntei ao Mané se lá íamos, na esperança de ouvir um "ficamos por aqui", mas a resposta foi "já que aqui estamos....." E lá fomos nós!! A partir da zona do túnel o vento era muito e quase sempre de frente. Sorte a nossa que não era frio. A recta da torre parecia interminável quando além de escuro, não víamos o fim da estrada.


Chegámos e tentámos registar o momento da melhor maneira possível. Qualquer que fosse a posição, o vento abanava sempre a maquina fotográfica e tudo saiu tremido.


Descemos ao covão estendemos o saco cama e dormimos. Eram 2:30 da manhã quando o fizemos.

A lua a nascer, passava um pouco da uma da manhã.

Seguiu-se o descanso...

Na manhã seguinte, o vento ainda não se tinha ido embora. Tínhamos de ir a caminho da Guarda, mas em vez de descer por Manteigas, porque não ir de novo à torre? E porque não passar pelo Mondeguinho para comer uma sandes de pequeno almoço? Lá fomos....



Chegámos à torre! As vistas são sem duvida fabulosas em qualquer dos quadrantes, mas uma coisa é verdade o ponto mais alto da Serra da Estrela é bem mais bonito de noite. Porque será??


Os pauzinhos das nossas montanhas.... 

O monte Colcurinho (como gosto deste monte :)) 



Iniciámos a nossa descida, mas.... em vez de apanhar o caminho do canal que vai para o Lagoacho que seria o mais rápido de fazer, virámos para a Lagoa Comprida, com a ideia de que por aquele caminho chegaríamos ao Vale do Rossim.. A ideia já não é de agora. Este suposto "atalho" serviria para "desenjoar" do caminho pedregoso e chato do Lagoacho e na melhor das hipóteses encurtar em tempo esta ligação. Que raio de ideia esta.....







 Pedro Veiga, lembraste desta parede à 20 anos atrás?? :)


O caminho ainda tem mais pedras que o outro ao qual queríamos fugir. As pedras ainda são maiores, o terreno ainda é mais acidentado, mas é sem duvida bem bonito. Fomos andando, tentando fazer o mais possível em cima das bicicletas. Apesar de estarmos a gostar o tempo foi-se gastando e a chegada à Guarda a tempo e horas estava a ficar comprometida. Estávamos nós no Covão dos Conchos, quando me lembrei da conversa com o meu amigo Coelho no dia anterior e deu-se a seguinte troca de sms:
(eu) "Já foste buscar a carrinha?"
(Koelhone) "Ainda não"
(eu) "Não te preocupes que eu levo-a :)"









Como as coisas encaixam na perfeição! Devido aos últimos dias de voo, o Koelhone tinha a carrinha estacionada no Vale da Amoreira. Assim eu e o Mané já podíamos inventar mais um bocado, pois já podíamos terminar a volta mais tarde.

 Gordo e Magro




Pensava eu que com a volta a terminar no Vale da Amoreira (em vez da Guarda) tinha mais tempo para um segundo "inventanço" após o almoço, mas o raio do caminho onde estávamos comia-nos mais tempo a todo o momento.

Passamos o Vale do Conde onde ainda hesitamos entre atravessar a linha de água ou não, pois à frente junto à parede do velho açude estava um grande rebanho e não víamos pastor, nem cão. Fomos aproximando-nos do muro sempre a olhar para todo lado, pois estávamos a atravessar o rebanho e os nossos olhos olhavam com atenção para todo o lado à procura de caninos como quem olha para um livro à procura do Wally. Demoraram a aparecer, mas quando apareceram eram 5. Enquanto os mais escuros (que se confundem com ovelhas) tratavam das ovelhas um mais castanho parecia querer tratar de nós. Mas de repente levantaram-se do chão, 3 pastores que lá sossegaram os animais. Dá que pensar a vida dura a desta gente.




Começámos a descer para os lados do Vale do Rossim e finalmente chegámos ao caminho que tanto "detestamos", mas que agora que lá tínhamos chegado e comparado com o caminho que trazíamos, este horrível estradão do Lagoacho até Vale do Rossim é sem duvida um espectáculo. Felizmente fizemos pouco tempo nele, pois entramos já perto do Vale do Rossim.

"Corremos" para o Ti Branquinho, pois a fome já apertava. Para quem queria ir ao Mondeguinho tomar o pequeno almoço, já chegámos bem tarde. Eram 12:30 quando lá chegámos. O bonito atalho, meteu-nos em trabalhos, mas valeu a pena. O tal caminho (indo de bicicleta) só vale a pena de vez em quando e neste sentido. Ao contrário mais vale deixar as bicicletas escondidas nas giestas.


A dona Judite lá nos serviu umas fresquinhas com uma boa sandes de queijo e presunto. A muito custo, lá acabámos com elas.

Passámos no Mondeguinho e encontrámos de imediato uma malta de BTT. O amigo Carlos Gonçalves de Figueira de Castelo Rodrigo andava também por estas bandas com um grupo grande de BTTistas. Este ano, já não é a primeira, nem a segunda vez que nos encontramos ao acaso no monte. Duas vezes já conto nas encostas do Rio Douro e agora esta na Serra da Estrela.



E mais à frente uma sorte, o aviso foi dado a tempo. Um incêndio nas barbas do pinhal junto ao observatório foi detectado e rapidamente extinto. Até tenho medo de pensar o estrago que poderia dar no arvoredo desta encosta. Bom trabalho o deste gente! Um grande obrigado!


Quando garantimos a carrinha do Coelho para o regresso, pensei, "assim podemos vaguear mais um bocado pela serra", mas ficámos curtos de tempo, enganei-me. Do Mondeguinho descemos à Cruz das Jogadas e pela Mata de São Lourenço descemos ao Sameiro. Antes de chegar ao Sameiro, ouço o Mané dizer "tenho furo" mas quando parei ouvia o barulho de ar a sair bem mais perto de mim. Tinha furo o Mané e tinha eu um pau espetado no meu pneu. Resumindo tínhamos os dois furo. Como eu tinha gasto a minha câmara na volta da Peña de Francia tive de usar uma do Mané, pois eu ia desprevenido.

Ai este pneu.....

 Manteigas








Descemos ao Sameiro e dali fizemos alcatrão até ao Vale da Amoreira e depois de uma Cola fresquinha, fomos buscar a chave ao senhor Aníbal, pegamos na maravilhosa carrinha, metemos as biclas lá dentro e toca a ir para a Guarda. A noite de sexta e o dia de sábado até às 3 da tarde, já tinham rendido 80 Kms e quase 2500 metros de desnível vencido.

Chegado à Guarda, foi tudo em contra-relógio até estar às 16:30 já com o Coelho junto à igreja da misericórdia para ir de autocarro à visita teatral.

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas

 Romagem teatral ao Cabeço das Fraguas


Adorei o que vi. Uma visita que fale a pena fazer e ainda mais nestes moldes como dá para perceber nas fotografias.

À noite antecipámos a janta normal de uma grande volta e juntámos uma "tropa" bem disposta, no Digujá, para uma francesinha. O dia seguinte (domingo) era dia de Guarda - Unhais da Serra, pelos caminhos mais batidos para chegarmos ainda a tempo de gozar um resto de tarde na praia fluvial.

Assim, domingo o passeio começou às 7:00 no Largo do Torreão. Apareci, eu, o Mané, o "comeback of the year" Paulo Vicente, o Coelho e o Joãozito que já tem alinhado noutras aventuras, mas rumo à torre era a estreia. E que grande estreia.

Da Guarda descemos pela carreira de tiro a Vale de Estrela e de seguida Caldeirão. Mas ainda antes de chegar ao fundo do vale, o Mané furou. Como a câmara de ar suplente dele tinha-a eu, teve de ser o Vicente a fornecer a seguinte.



"Um, dó, li, tá" e a subida escolhida foi a da Corujeira. Mais uma que o João ficou a conhecer. Seguimos para os Meios e nos meios fomos a caminho do Cagarraz, por um caminho pouco frequentado por nós.

A Mata do Fragusto veio logo a seguir. Foi a primeira paragem oficial de volta para abastecer e atestar os cantis no conhecido canal. Seguimos para a Azinha. Claro que tivemos que ir a este miradouro do mundo do voo livre.















Mas desta vez, não picámos o ponto do Covão da Ponte. Como a ideia era não pagar portagem, fomos directos à Cruz das Jogadas e subimos à Pousada de São Lourenço.










Conseguimos chegar mais cedo ao Mondeguinho do que eu e o Mané no dia anterior. Às 12:00 já lá estávamos, antes da sandes ainda picámos umas moelas e às 13:00 já estávamos de saída para o Vale do Rossim e Lagoacho. La fizemos nós o empedrado, seguido do canal até entrar no asfalto.




 Alguém adivinha o que bebe este senhor?

Barriga cheia, companhia desfeita.  

Aqui nasce o Rio Mondego 

Team work 

SIMPLESMENTE Vale do Rossim (sem kits e acessórios)

O tal caminho que não queríamos fazer.... toca a gramar com ele.



 Lagoacho






A subida de alcatrão foi feita nas calmas. Estava tudo controlado para passar um bom bocado em Unhais. O Coelho que por estas bandas não pode ver ninguém a servir de lebre, depressa se pisgou. Eu e o resto da malta fomos subindo. O Joãozito já via a torre, estava quase. Pelo caminho tivemos a visita do João Pedro.

Vicente, de regresso e em forma.




O grande Joãozito com um lindo pano de fundo.



 
Lagoa Serrano

  Covão do Meio  e Covão da Nave

De novo na torre, desta vez com mais companhia

Chegámos a Torre bem animados por esta volta, estava quase terminada, pois só faltava descer. O Joãozito tinha a família a vê-lo chegar. Foi uma merecida recepção, pois este é um miúdo 5 estrelas, um todo terreno em todos os aspectos. Continua assim amigo.





A descida foi um luxo. Terminámos em Unhais da Serra com 90 Kms e outros 2300 metros de desnível vencido para juntar às contas do fim de semana.






A chegada idem, foi outro luxo. Os mais corajosos, foram a mergulhos e a banhos nas aguas fresquinhas da ribeira de Unhais. Eu só molhei as pernas, mas foi só porque não tinha pé.

Mas o dia não estava acabado. Famílias e amigos foram aparecendo na praia e quando demos conta já éramos um grande e bonito grupo à volta de uma manta num pic-nic bem improvisado na relva à beira da ribeira.

Dia 5 estrelas e um fim de semana à maneira.

Obrigado a todos por este domingo fabuloso e principalmente ao Mané por ter alinhado de sexta a domingo. :)

2 comentários:

Anónimo disse...

Não tens que agradecer. Precisamos é de repetir. Basta haver disponibilidade e eu vou :) Abraço (Mané)

Tiaguss disse...

Temos de marcar a próxima. Loriga é uma boa hipótese não? Terminávamos um dos dias na agua fresquinha da praia fluvial :)
Abraço