sábado, março 30, 2013

Da Guarda a Manteigas


A chuva finalmente deu tréguas durante o fim de semana. Ok. Foi só no sábado, mas deu para eu e o Mané aproveitarmos bem o dia. 

Aproveitando a necessidade de ver o estado dos caminhos por onde passa a Transportugal, saí da Guarda com o Mané já eram quase 10:00. 


Percorremos o vale da Ribeira de Massueime, subimos aquela subia "macaca" que o Rui Sousa se lembrou de introduzir no ano passado, continuamos na direcção do Barrocal para depois apanhar a calçada romana do Tintonolho. 



Com as chuvas dos últimos tempos, os terrenos estão impregnados de água. Apesar disso as pedras da calçada não estavam muito escorregadias. 



Descemos até à estrada nacional 16, atravessámos a mesma e continuámos a descer até ao Rio Mondego.


O caudal do Rio Mondego, junto à praia fluvial de Aldeia Viçosa era este que se vê abaixo. Muita, mas muita agua e muita força.


Continuamos o nosso caminho e antes de tomar a direcção da Mizarela ainda fomos ver o rio outra vez ao pé da Quinta da Ponte. Como se avizinhava a primeira "boa" subida do dia, até aproveitámos para fazer uma pequena paragem para comer a primeira sandes.




A subida "rainha", como é conhecida por estas bandas estava bem maçuda de subir. Já não bastava a subida ser pouco meiga, ainda tínhamos a agravante do terreno estar bem pesado. 


Como junto ao Cabeço do Meio a Serra da Estrela vai ter mais uns brindes, isto é, mais um par (ou mais) de ventoinha, aerogeradores, etc. Os postes metálicos já começam a nascer por aqui e os caminhos viraram estradões largos. Autênticas autoestradas de terra batida que um dia destes são as alternativas às portagens da A25 e A23.


Entrámos em Videmonte pela porta dos fundos. Aproveitando a passagem pelo centro e já que o céu cinzento deixou o sol mostrar-se, paramos no Santiago para beber as nossas coca-colas.



A continuação da subida leva-nos ao caminho da Cabeça Alta. Também este não fugiu à regra, até em plano parecia que alguém nos puxava para trás.



O nosso próximo objectivo, as nossas próximas subidas têm como destino a Santinha, que por vezes se encontrava coberta pelas nuvens.
O tempo estava frio, havia algum vento, mas não havendo paragens não se tornava desagradável e fazia-se bem. Mas na abordagem à Santinha há que ter sempre alguma cautela. No ano passado por esta altura lembro-me de lá passar,  fazer o caminho sem problemas, entrar na nuvem, mas ao chegar ao planalto, fui presenteado com vento forte de frente, chuva e granizo que quase me furava a cara. Isto durante os 9 Kms  que separam a Santinha do Ti Branquinho (local onde paro sempre para comer, mas naquele dia foi para me aquecer).




Ali estava o São Tiago e logo a seguir a Santinha debaixo de um céu sombrio a dizer muita cautela.


A cidade mais alta, estava "mesmo ali ao lado"




E foi na zona da cabeça do Faraó que começamos a ter uma ideia da ventania que tem assolado esta zona. Durante bastante tempo não se encontrava um pinheiro sem estar depenado ou partido. As imagens abaixo mostram bem os estragos....






Mas pior estrago que o vento fez, encontrámos logo a seguir, ao chegar à Portela de Folosinho. A autarquia de Gouveia teve a brilhante ideia (estou a ser irónico) de asfaltar a estrada que por aqui passa.

Não percebo varias coisas quando vejo isto!! 
Gouveia deve ser um município rico e sem problemas de maior gravidade, pois para dar andamento a um capricho destes....
Por muita comparticipação que esta obra tenha, não percebo o porquê de esbanjar tanto dinheiro. 
Isto vai servir para quem??? Para quê?? Para trazer turistas ou para simplesmente espantá-los? 
Ao ler isto no Publico,  mais boquiaberto fico. O autarca de Gouveia chama a esta porcaria um tributo de Gouveia à Serra da Estrela. Fala que é uma zona de "rara beleza", mas foi o responsável por estragar parte dessa beleza.
E o Parque Natural da Serra da Estrela, onde fica no meio desta historia? Como pode ser condescendente com uma obra destas???? 
Já estou a imaginar no Verão os autocarros que o sr. Álvaro Amaro fala. Já estou a imaginar a porcaria que vai abundar por aqui, a poluição que a falta de civismo (e por vezes a falta de caixotes do lixo) trazem a estes locais de "rara beleza".



Assim, a Portela de Folgosinho tem agora este aspecto. Por favor, não alcatroem a calçada romana também. Sim!!! Existe aí uma calçada romana!!!


Inconformados com estes atentados e aberrações que a lei permite, continuámos o nosso caminho. As vistas iam-nos ajudando a espairecer as ideias. 


O antigo parque de merendas tem novo visual. Umas pedritas para fazer de muro e agora a melhor agua que aqui existe vai passar a ser de qualidade duvidosa. Parabéns sr. Álvaro Amaro! Aqui vai ser o local onde vamos passar a encontrar o maior amontoado de lixo. Vai ser neste "caminho natural" de "rara beleza" o maior foco de poluição domingueira. 


Que desgosto!!!
Seguimos viagem. Subida para o São Tiago e de seguida Santinha.




Agua é coisa que não falta nestas encostas. Este Inverno tem sido bom de água. 
Por favor sr. Alvaro Amaro, não traga o alcatrão para aqui também. Este também é um local de "rara beleza".





No miradouro a meio da subida avista-se Linhares da Beira, essa bela localidade.

São Tiago



Santinha


Claro que na Santinha o tempo apesar de ameno e sem surpresas, não estava bom para paragens. Esta zona desprotegida do vento não estava acolhedora para parar.
Com o maciço central da Serra da Estrela mesmo à nossa frente, pedalámos até ao alcatrão da estrada nacional.





Pelo caminho demos conta de mais devastação causada pelo vento dos últimos tempos, com muito arvoredo caído. 






Lá chegámos ao sitio do costume. Lá abastecemos o costume. Só que desta vez foi ao balcão.
No ano passado por esta altura, estava eu encharcadissimo, agarrado à salamandra quentinha e a deixar poças de agua em todo lado. Bem melhor assim. Até o petisco sabe melhor.
E num sábado destes ainda apareceu mais malta do CMG, que andaram durante o dia pelo ski e pelos corredores da serra e também quiseram terminar o dia com uma sandes das boas.


Vai cheio o Rio Mondego :)


Depois de fazermos o caminho do observatório, seguiu-se a passagem pelo Chão das Barcas e depois foi descer, descer, descer....







E em Manteigas tínhamos a Husse van à nossa espera.

Aqui fica o track:

PS: Da etapa da Transportugal que liga a Guarda a Unhais, a isto acrescenta-se a subida para os Piornos pela Serra de Baixo ;)