sexta-feira, agosto 16, 2013

Ver a volta passar....


E para ver a volta passar dois dias o plano foi o seguinte.....
- Dia 15 de Agosto (feriado), etapa Monfortinho-Gouveia, de BTT o destino  foi a Gardunha
- Dia 16 de Agosto (ferias), etapa Oliveira do Hospital-Torre, em asfalto o destino foi a Estrela

Assim, quinta feira, na companhia do Nuno Esteves e do Luís Afonso (aleluia, novamente a pedalar com o Luís) rumámos ao Fundão pelos caminhos agrícolas da Cova da Beira.
O objectivo era dar uma "passeata" pela Gardunha para estar cerca das 14:00 na estrada nacional 18, nos arredores do cruzamento para Vale de Prazeres e aí ver a caravana da volta passar. 

Do Fundão seguimos para Alcongosta e aí apanhamos a calçada romana que nos leva às imediações da casa do Guarda.


Apesar de termos começado a pedalar cedo (8:00) o calor já apertava. Avizinhava-se um dia sofrido muito por culpa das temperaturas que se iriam sentir.


Em plena Gardunha, junto à casa do Guarda por cima de Alcongosta, surge-nos na estrada uma vieira de Santiago. É possível que estas marcações nos indiquem o caminho para Santiago de Compostela? Um dia destes vamos até lá segui-las. 



Ali já se via bem o primeiro objectivo do dia, o talefe Cavalinho onde se encontra o posto de vigia da Serra da Gardunha. Já sem sombras e com o calor a mostrar-se cada vez mais, lá fomos nós.....


Foi neste local que há uns anos se deu um passeio engraçado. Aqui fica o post para relembrar....


A rampa de descolagem para Asa Delta, está bem diferente da outra de madeira que aqui existia. Claro que esta subida aqui fez-me logo lembrar outros tempos, outras andanças. Não foi daqui, mas era um pouco mais para Este que há mais de 10 anos vinha para aqui com uns "AeroCompinchas"  à procura somente de uns metros de terreno limpo para fazer o gosto ao dedo... 

Aqui ficam duas fotos de "arquivo" desses bons tempos....



Mas ao vivo e a cores, hoje a história era a pedalar. Depois de passar pelo posto de vigia, seguimos o caminho que nos transporta para a encosta Sul da Gardunha. Pedalamos então, por aquela bonita concha por cima da aldeia histórica de Castelo Novo. 





Desta vez, em vez de descer logo à casa do Guarda (por cima de Castelo Novo) decidimos picar o ponto noutro marco geodésico da Serra da Gardunha.



As sombras são coisa rara nesta zona. Mas enquanto eu e  Nuno fomos ver se estava tudo igual à ultima visita, o Luís encostou-se à sombra a comer gelado.


Lá descemos e reagrupamos  para seguirmos novamente a meia encosta. 





O calor apertava cada vez mais....



Castelo Novo à vista



E heis que chegámos à casa do Guarda. Para este bonito local ser um local de sonho, bastava mesmo ter mais umas árvores. Uma pequena floresta tornaria o local bem mais apetecível. Em dias destes faria muita diferença.


Não havia sobra e árvores, mas o tanque estava lá à nossa espera. QUE MARAVILHA!!!! Se não fosse a vontade de ver a volta a portugal, já ali ficávamos de molho o resto do dia.




Seguimos viagem. Não demorou muito tempo até que estivéssemos  novamente com a roupa seca. Olhando para o relógio, víamos que estávamos dentro do tempo para chegar ao local definido para ver a volta passar. Subimos então novamente às antenas de Alpedrinha. Já lá tínhamos passado subindo a encosta Norte, estávamos agora a subir pela Sul. 


Mas ao chegar à crista da serra, tivemos uma triste surpresa. Um incêndio deflagrava mesmo às portas da Serra da Estrela. 




Estávamos novamente no caminho que trouxemos. Mas desta vez trocamos a descida para Alcongosta pelas encostas de Alpedrinha até chegarmos à curva combinada para ver a volta passar.






Estava feito o nosso BTT pela Gardunha. Faltava agora esperar para ver o pelotão passar. Dureza, não lhes ia faltar, pois com tanto calor sair das Termas de Monfortinho, já não é "pêra doce". Quanto mais ainda ter de levar com as subidas às duas Penhas da Serra da Estrela.





E meia hora depois aí estavam eles....


Um primeiro grupo passava com 6 minutos de vantagem sobre o pelotão.




E depois de passar toda a gente, descemos ao Fundão por alcatrão. Fizemos uma pequena pausa numa das esplanadas da cidade e depois disso seguimos para a Covilhã city.
Na rotunda da zona industrial do Tortosendo parei, pois o meu fim de dia iria passar pela praia fluvial de Unhais da Serra. Mas entretanto parou uma carrinha da RTP que (desconfiando do GPS) queriam saber o melhor caminho para Oliveira do Hospital. 
O melhor caminho é mesmo pelas Pedras Lavradas. Mas logo os pus à vontade!! Se quisessem, davam-me boleia até Unhais e até lá explicava-lhes melhor o caminho. Dito e feito!! Com estes dois companheiros 5 estrelas fui até Unhais. Malta muito fixe! Parecia que nos conhecíamos os três há bastante tempo e não há meia dúzia de minutos.  
Em Unhais da Serra ainda nos sentámos na esplanada para matar a sede antes de cada um seguir a sua viagem. Há episódios assim, muito simples, mas verdadeiros.... 


Desta forma, fui à água uma horita mais cedo que o previsto. Os pequenos já tinham ido a banhos vezes sem conta e a minha princesa (que sabia que eu iria a aparecer com o estômago a dar horas) levou-me almoço para a praia que não me podia ter sabido melhor.  





O dia seguinte, foi para ver a volta na versão estrada. Para esse passeio, apareceram no Tortosendo dois alentejanos, um alentejano beirão e outro de raiz, o Sérgio Monteiro e o Nuno Carpinteiro.
Fotografias desta volta não há muitas, pois normalmente as fotos em estrada resumem-se aquelas que o telemóvel deixa tirar.
Assim, na volta de fininha com estes dois amigos, rumámos a Unhais da Serra, Pedras Lavradas. Seguimos depois para Alvoco da Serra e Loriga.



Foi mesmo em Loriga que parámos para comer um prego no pão. Iríamos ver a volta passar em dois locais, o primeiro algures entre a Portela do Arão e a Lagoa Comprida o que aconteceu já perto da contagem de montanha. 



E foi nessa zona que encontrei outro pelotão de amigos, do qual sinto que faço parte, mas infelizmente (ainda) com pouca assiduidade. Aqui fica o momento registado pelo amigo Cavaca. Obrigado.


Depois desta passagem, a caravana virou à esquerda e nós à direita rumo à Torre onde vimos pela segunda vez  dia, passar a caravana da volta.

Aqui fica a nossa volta....

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Dois dias de bicicleta no ambiente da Volta a Portugal.

PS: Infelizmente, no incêndio que mencionei acima, perdeu a vida um bombeiro da corporação da Covilhã. Uma cara que não voltaremos a ver, uma cara que como bombeiro, deu tudo o que tinha para socorrer e ajudar sem olhar a quem...

Descanse em Paz.....