sábado, setembro 07, 2013

Volta do Mondeguinho 2013


Podemos lá passar mais vezes durante o ano, faça chuva ou faça Sol, mas esta é a nossa oficial "volta do Mondeguinho". O objectivo é sair da Guarda, ir à nascente do Rio Mondego, voltar para a Guarda, parar muitas vezes, tirar muitas fotografias, passar um dia na companhia de amigos em que todos vão em cima da uma bicicleta.


Em números "redondos" é sempre volta para 100 Kms e nunca menos de 2000 metros de desnível a vencer. Por isso, outro grande objectivo é o mais fundamental começarem todos e acabarem todos, sem ninguém ficar para trás. 

Houve anos que fizemos sempre o mesmo percurso, mas desde há uns três, que no primeiro sábado de Setembro fomos fazendo umas variantes. Desta vez, fazendo as contas à probabilidade de trovoada, fizemos o percurso em sentido contrário do normal. Saímos da Guarda e em vez de ir ao Vale do Caldeirão, fomos logo ao do Mondego....



Já se esperava um cenário decepcionante. As encostas da serra nas freguesias da Mizarela, Aldeia Viçosa, etc.... foram fustigadas pelos incêndios que assombraram o país durante o mês de Agosto.


As paisagens claro que não são as mais bonitas. Outras cores predominavam há um mês atrás, mas deixo este registo. Perdoem-me os amigos que o fizeram, mas discordo da divulgação de vídeos e fotografias quase ao minuto, de labaredas a desbravar florestas, manobras dos meios aéreos no combate, etc....   O resultado é este! As fotos saem agora menos espectaculares, mais tristes confesso. Mas foi com isto que ficamos!!!



No nosso caminho para, estava a subida da Mizalela, conhecida no "meio BTTistico" por rainha. Para isso teríamos que descer ao Rio Mondego. Dos Chãos fomos a Pêro Soares e pela calçada romana, descemos à ponte da Mizarela.















Ultrapassado o Mondego, fomos por asfalto até Vila Soeiro. Ali apanhamos o bonito single (agora um pouco mais largo) até à Mizarela.






Na Mizarela não havia nenhum porco fugido como houve há uns tempos. Desta vez o contratempo foi ter um jipe estacionado no meio da rua onde nem o guiador mais curto passava. Mas o que é isto comparado com o que faltava fazer? Como se costuma dizer, ainda a procissão vai no adro.




E este pormenor? Esta provavelmente queria fugir "rua abaixo", mas nada como um pequeno canteiro bem improvisado no meio do muro.




A desgraça agora via-se mais de perto, isto é, este caminho foi onde praticamente os bombeiros conseguiram parar o fogo que já vinha desde as encostas da Soida e Aldeia Viçosa.
O queimado estava mesmo ali ao lado do caminho....




De um lado o bonito verde que sempre me habituei a ver nesta encosta e do outro, a tristeza deixada pelo incêndio.




Sem mais comentários.....



Ultrapassada esta parte da subida, continuamos até ao alcatrão Prados/Videmonte. 






Aqui o Eugénio, com outros horários para cumprir, regressou à Guarda. Desta vez não virámos para Videmonte como é habitual passar na ida ou no regresso. Fomos na direcção da Penha de Prados.












Apreciadas as vistas, tomamos o único caminho que nos interessava, a subida à esquerda na direcção da Cabeça Alta.





O caminho reservava-nos uma surpresa. Não tão grande e tão massacrante como a que apanhamos na Gardunha em Junho, mas um chata na mesma.





Já na zona mais limpa do caminho, seguimos pela crista onde passamos à beira da Cabeça Alta e dos Carvalhos Juntos mais à frente. O calor e a humidade fazia-se sentir. No céu começava-se a ver uns desenvolvimentos verticais ameaçadores. A pergunta pairava no ar, será que nos safamos o dia todo?




Com estas cores, com este céu, o cenário era magnifico. Dizia o Zé e com razão, passamos tantas vezes nos mesmos sítios, mas apetece sempre apreciar e fotografar. Há sempre algo diferente, há sempre uma historia para recordar o passeio.







Agua também se foi encontrando. Gelo à beira do caminho também. Tudo, provavelmente proveniente de alguma trovoada do dia anterior.
Notava-se que era o dia da viragem. O dia em que o Verão se começa a despedir.






Com São Tiago à vista, deu para repara que no céu andavam 3 corajosos (desmedidos e mais não digo) parapententistas a voar debaixo destes aspiradores brancos  que estavam a aparecer no céu como cogumelos.



Chegamos à Portela de Folgosinho. A obra do ano na Serra da Estrela estava ali à nossa frente. Uma estrada moderna, segura (deixada pelo presidente Álvaro Amaro) para o turista automobilizado visitar. Já que o turismo na natureza só de carro tem sentido.
Esta fantástica estrada tem uns 6 mesitos. Mas como é uma obra de "engenharia eleitoralista" é sempre uma mais valia sabe-se lá para quem....
Assim, neste pequeno troço de 1 Kms que agora sou obrigado a percorrer quando ali passo, dá para encontrar tudo o que uma estrada precisa para..... matar alguém.

Areia nas curvas

Crateras 

Terra no asfalto

Mais regueiras 

Mais areia junto a uma berma seguríssima

Mais um bocado onde já houve alcatrão

Uma berma (direita) que dá para estacionar um camião se for preciso

Ora como disse o presidente, esta estrada maravilha trata-se de “um projecto histórico que faz jus à história de Gouveia enquanto cidade da Serra da Estrela e é um grande tributo à Serra da Estrela”. fonte: Jornal Publico


Mas ufa..... só tivemos que gramar com 1 Kms da estrada histórica do Álvaro. O nosso caminho não era para Folgosinho, mas sim.... para a Santinha!!!!



Esta fantástica subidinha, teve em tempos um piso mais degradado que a tornava bem mais difícil, agora... pode-se dizer que "é canja" :)




Em pouco tempo o céu estava cada vez mais ameaçador. Durante as paragens, o passatempo era olhar para cima e ver se eventualmente alguma das nuvens tinha o nosso nome escrito. Até ali, não. No entanto do outro lado do Mondego, por onde normalmente passamos a esta hora já se via a chuva cair e bem.



Santinha


São Tiago





Não, não é o Cristiano Ronaldo! É o nosso Vicente.


A fome já apertava. Estava na hora do almoço. Daí que da Santinha até ao Ti Branquinho foi já a sentir o cheiro do presunto e do queijo.



Que vida é a tua oh Malhão?









E voilá, xarammm. A Dona Judite fez questão de fotografar o grupo já depois de nos servir o petisco.


Enquanto isso a bicicleta do Janeiro descansava uma das rodas que tinha dado que fazer na ultima meia hora de viagem.

Por ali encontrámos um Javali.


Mas pior do que isso, encontrámos o Lelo Cor de Rosa. Podem não acreditar, mas até a naifa deste espécime era forrada a lantejoulas cor de rosa. Não nos vendeu nada!! Mas pagou uma rodada de mines ao pessoal.

E aqui.... nasce o Rio Mondego

Foto de grupo tirada com o senhor da mala de cartão no Mondeguinho


Depois do Mondeguinho descemos à Pousada de São Lourenço por alcatrão  e de seguida a descida para a Cruz das Jogadas.










Seguiu-se a subida nas encostas do Corredor de Mouros, sempre com vista para o Mondego.







E como o dia era dedicado ao Mondego, continuámos a olhar para ele. Em vez de subirmos à Azinha contornamos o Cerro do Gato e a Serra de Bois.






Por aqui apanhamos o caminho bem molhado. De manhã a chuva e o granizo caiu aqui e bem.




Charcos destes em Setembro, só com umas horas de chuva....







E rapidamente chegámos ao caminho principal que vem do Fragusto. Dali até ao Alto de Famalicão foi um instante. 
Enquanto isso estava-se a programar um jantar no final, mas..... estava difícil reservar mesa. Difícil porque há gajos que demoram muito tempo e tomar banho e muito tempo a beber as penúltimas e depois claro.... marca-se mesa e ninguém aparece..... a horas. 


O homem do contacto era o Mané. A conversa já vinha de há muitos quilómetros atrás, mas ainda faltava chegar à Guarda! A verdade era essa!




Descemos ao Caldeirão e para regressar à Guarda, nada melhor que ir por Vale de Estrela e de seguida a carreira de tiro. Ainda esperámos um bocadinho pelo Currais, ao que ele agradeceu prontamente assim que chegou ao pé de nós.


Na Guarda entrámos pelo Parque da Saúde e rapidamente cada rumou à sua toca. Depois de quase 100 Kms faltava mesmo..... o convívio à beira da mesa. 




Mais um dia bem passado entre amigos.