sexta-feira, maio 30, 2014

Que dor de dentes


Bem que podia ser dor de pernas!!!! Preferia!!!!

Para este sábado o amigo Rodolfo tinha lançado o desafio de ir virar à torre por Gouveia a partir de Girabolhos, essa bela localidade. 

Em termos de tempo, eu estava condicionado durante a tarde, razão pela qual não podia alinhar no programa completo, que terminava com o FastRecovery da região demarcada do Dão produzido e engarrafado pelo clã Feitor. Decidi então ir ao encontro da malta, fazer o que desse com eles e planear as minhas escapatórias de forma a chegar a casa perto das três da tarde.

Saí de casa às 7:00 e rumei às Pedras Lavradas, depois Loriga, seguiu-se Seia, Pinhanços e assim que cheguei a Rio Torto, esperei 5 minutitos e a malta apareceu. Valeu eles terem-se atrasado, ou então teriam de esperar por mim.

A melhor coincidência do dia, foi ter-me cruzado com os meus pais na estrada nacional, iam eles passar o dia a Loriga.

Percebi da pior maneira, que pior decisão que eu podia ter tomado, foi ter ido andar de bicicleta com dor de dentes...... A dor de certa forma "controlada" que tinha de manhã, foi piorando, piorando, até que na passagem pela Cabeça do Velho, tive de recorrer a um comprimido que tinha levado. Não aliviou durante muito tempo, mas foi o suficiente para me esquecer do dente enquanto estava a passar no Ti Branquinho e poder comer a minha sandes mista. O pior que ainda me podia acontecer, era passar aqui e não poder comer a minha sandes preparada pela dona Judite!!!! Pelo menos safei-me desse sofrimento.

(Foto tirada pelo amigo Serafim)

Depois desse "santo" abastecimento, atestamos os cantis com agua da nascente do Rio Mondego e descemos a Manteigas. Esperava-me novamente a minha terrível dor de dentes. O que tomei já não fazia efeito nenhum, estava condenado a aguentar até casa.

(Foto tirada pelo amigo Serafim)

(Foto tirada pelo amigo Serafim)

Nos Piornos separei-me dos meus amigos. Desci à Covilhã e eles foram como combinado picar o ponto à Torre. O Rodolfo tinha dito que só quem lá fosse acima era merecedor do melhor FastRecovery que ele tinha em casa. E assim foi ..... :)

(Foto tirada pelo amigo Pedro Quelhas)

domingo, maio 18, 2014

12ª Transportugal Garmin Race



Tenho o grande privilegio em fazer parte deste Staff magnifico que é o da Transportugal. À partida a edição deste ano, tinha algumas diferenças (para mim) em relação aos últimos anos. A tarefa que desempenho e que tenho um gosto enorme em fazer, iria custar um pouco mais que das outras vezes. E por várias razões...... Durante uma semana a minha rotina iria ser muito diferente da habitual, pois o biberon a preparar é diferente e em vez de ser para uma princesa seria para mim. A lata com o doseador iria deixar de ser o do leite em pó para ser o de bebida isotónica. Também a rotina do halibut, iria ser bem diferente. Deixaria de o pôr no rabinho da minha bebé para pôr no meu..... 



Mas o passar 9 dias fora a pedalar, também implica outras ginásticas não menos importantes. Para que tudo se proporcionasse da melhor forma, a minha cara-metade teve aqui um papel  importantíssimo pois a rotina diária com os três pequenos não iria dar tempo para respirar.



Apesar de ter chegado na sexta feira, sábado dia 10 de Maio lá estava eu em Bragança ainda com cara de sono para varrer mais uma fantástica Transportugal. O momento foi registado por um dos mestres da mecânica desta prova, o João Aragão. Obrigado João.

Dia 1: Bragança - Freixo de Espada à Cinta: 142 Kms


O primeiro é sempre difícil a vários níveis. O traçado da etapa não é simples. A etapa é longa e com muito sobe e desce. Como se isso não bastasse, independentemente das suas pretensões e objectivos traçados para a prova, existe sempre alguma ansiedade nos participantes neste arranque.




O dia estava impecável para pedalar. Sem frio, sem calor, temperatura amena. Um excelente dia para começar. Comentei por várias vezes que nunca comecei em Bragança de calções e jersey de manga curta, pois por esta altura ainda se apanha frio e por vezes chuva. Mas o São Pedro neste dia (e no resto da semana) foi muito nosso amigo.






Os grupos com handicap foram saindo e eu como habitualmente saí na cauda do "grupo das 9:00". Também eu fiquei na expectante quanto ao comportamento deste grupo. Normalmente existe uma quebra no grupo logo primeira subida de alcatrão. Também é comum eu ter que parar e esperar por alguma coisa logo no primeiro quilometro, ou porque alguém se esquece do telemóvel, ou porque o GPS tem alguma problema, etc...
Desta vez a paragem foi com o Dirk-Jan Funken. Um problema de configuração e ajuste na bike, que resolveu em 10 minutos.



A euforia e a sede de pedalar notava-se a olhos vistos logo nos primeiros quilómetros. O Dirk foi imprimindo um ritmo bom, inclusive na primeira subida do dia.









Durante a subida ia pensando com os meus botões, vou aqui a apertar e não tarda estou a para por causa de alguém. Estávamos nos primeiros 15 Kms dos mais de 1100 que tínhamos pela frente. Decidi então"tirar o pé". Mais cedo ou mais tarde apanharia alguém que fosse com algum problema, quer fosse alguém mais cauteloso.



Apanhei então uns quilómetros mais à frente a Silvia Pissarreira, que infelizmente tinha parado devido a um rasgo no pneu que já estava a ser resolvido pelo Ricardo Machado.









Andei com a Sílvia durante alguns quilómetros até ser necessário parar novamente por causa do pneu de trás outra vez. Mas o problema não era o mesmo, nada tinha haver com o rasgo do pneu (já resolvido). Agora o problema era um furo. O inicio da prova para a Sílvia estava mesmo azarado.
Depois de resolvido o problema prosseguimos viagem.










Os dois azares da Sílvia, parecia ter trazido algum desalento. A Transportugal não estava a começar da melhor forma e um certo desânimo notava-se até no ritmo de pedalada imposto. No entanto os quilómetros foram passando e a confiança parecia-me a mim estar a ser recuperada.


Quilómetros mais tarde apanhámos outro participante o catalão Xavier Salamanca. Fiquei com ele e a Sílvia continuou.
No terceiro CP do dia, em Sendim já ia só com o Xavier. Fizemos uma paragem num café e depois continuámos rumo à calçada romana da Bemposta.
Por esta altura, anseia-se as vistas sobre o Rio Douro especialmente a chegada ao ponto que temos vista para o Douro e para a aldeia de Mazouco. Esta paisagem é simplesmente magnifica.


E foi no Mazouco que a companhia aumentou. Juntou-se a nós o francês Franck Guillaumin, que apresentava sinais de algum cansaço. Precisava de açúcar dizia ele. O Xavier deu-lhe uma barra de cereais que trazia com ele. Os dois continuaram e eu segui-os de perto até entrarmos em Freixo de Espada à Cinta.



Chegámos bem. A primeira etapa tinha sido ganha pelo Zé Silva que agarrou a amarela neste primeiro dia e nunca mais a largou.



Dia 2: Freixo de Espada à Cinta - Guarda: 110 Kms


O segundo dia já é bem mais "calmo". Olhando bem para o gráfico, destaca-se a saída do Rio Douro e já nos planaltos uma ou outra rampa. Rio Côa, Ribeira das Cabras, Castelo Rodrigo, Jarmelo e basicamente é tudo.



Devido à longa etapa do primeiro dia, este dia foi dia de sair uma hora mais tarde. Mais uma horinha na cama, o corpo agradece.




Mais uma vez o grupo saiu em bom andamento. Fui até Poiares com o sempre bem disposto Niall Duncan, irlandês. Mas também já é normal apanhar alguém pelo caminho com problemas. Muitas das vezes os pneus são demasiado "light" para estes trilhos e cedem ao segundo dia.

Ainda antes de entrar na calçada de Santa Ana, onde essas surpresas aparecem apanhei o sul africano Dylan. Desta vez foi "só" um rasgão no pneu ainda antes das zonas mais acidentadas. Remediou o problema e no primeiro CP pediu assistência para um pneu novo e mais robusto.



Seguia-se uma das mais fantásticas calçadas desta zona, a de Santa Ana.





















No fim da calçada temos o primeiro controlo e a malta concentra-se ali a ver passar a prova. É um local fantástico.
Aqui entra-se na estrada que acompanha a Ribeira do Mosteiro e nos leva até ao Rio Douro. Assim que chegamos ao Douro, vamos por asfalto até Barca d'Alva. Ali deixamos Trás-os-Montes e Alto Douro e entramos na Beira Alta, entramos ali no distrito da Guarda.


Esperei pelo Dylan que estava a trocar o pneu e seguimos viagem. Em Barca d'Alva começava a subida do dia. Que bonita subida....
Infelizmente, a subida tem algumas partes de descanso, isto é, algumas pequenas descidas (tipo carrossel), que ajudam a relaxar e a fazer pequenos "intervalos" de esforço.
Quando digo infelizmente, digo-o porque o piso é bom e por vezes facilita-se demais. Numa destas curtas descidas, apanhei o sueco Stefan Mutas em pé mas com um ar desolado de quem tinha já ido ao chão. O pó entranhado no jersey denunciava isso também. Com ele já estava o Ricardo Machado (na versão motard, sim que este menino depois passa para versão mecânico ao principio da tarde).
Pouco queixoso, com vontade de continuar, mas bastante debilitado o Stefan e, continuou a subida. O sofrimento era notório, contactei o controlo de prova para trazer junto de nós o médico da prova, o Dr. Nuno Santos (atleta finisher da edição de 2013). Informei o Stefan do que ia fazer. Existem situações em que tem mesmo de ser assim, pois os atletas estão tão absorvidos com a prova e com o objectivo pessoal que se corre o risco de descurar algumas situações.

A pedalar, ainda chegámos às portas de Figueira de Castelo Rodrigo. Assim que o Nuno viu o Stefan, apontou logo para fratura da clavícula. A tristeza do Stefan estava estampada na cara. Não dava mesmo para disfarçar. Por viver de perto as emoções dos atletas, essa tristeza também a sentimos, obviamente. O Stefan foi encaminhado para o hospital e como necessitava de intervenção cirúrgica, preferiu regressar a casa e ser tratado no país natal. Custa sempre ver alguém desistir por estas razões "menos boas".










Com esta demora toda, fiquei bastante atrasado. Para terminar a parte pior da subida, já só faltava a subida a Castelo Rodrigo. Mas a informação no CP colocado lá em cima era que todos tinham passado pelo CP. Dava então para atalhar e cortar o resto da subida. 

As situações de atraso aqui nesta zona, já não são novidade. A dureza do primeiro dia causa normalmente causa algumas moças que por vezes se notam logo no dia seguinte. Recordo-me de há dois anos ter chegado com um atleta mexicano a Castelo Rodrigo com tanto atraso que o CP já estava fechado, seguindo eu viagem sozinho. Naquele ano tive de andar 50 Kms até voltar a apanhar atletas novamente.

Mas este ano já entrei em Almeida com companhia. Pouco depois do atalho que fiz com a ajuda do Fael, cheguei ao pé do Xavier Salamanca com quem fui até ao final da etapa, na Guarda.






A passagem em Almeida coincidiu com o dia da Maratona de Almeida. Passámos justamente num dos acessos da fortaleza onde estava colocada a meta. Ainda parei um bocado, pois encontrei malta conhecida da cidade mais alta, o Casanova e o Marujo com quem ainda estive à conversa. 







Na ponte do Rio Côa, já me tinha juntado novamente ao Xavier. Resumidamente, faltavam três subidas que comparadas com a subida de Barca d'Alva eram "meias subidas". A primeira era já ali para sair do Côa.





À passagem por Leomil eu e o Xavier encontrámos um grupo de quatro atletas a deliciarem-se com a água fresca do tanque. Estavam relaxadissimos quando nos viram chegar, mas assim que perceberam que era a cauda da corrida.... quebrou-se ali qualquer coisa......


Logo de seguida, puseram-se logo a andar. O Xavier fez as coisas ao ritmo dele, refrescou-se no tanque, hidratou-se, comeu e eu fiz o mesmo.
Logo de seguida encontrei o meu carro à beira de estrada. O meu pai andava por ali no passeio :)


E como já é habitual, assim que passámos no Freixo (terra da minha mãe), a família estava por ali a ver passar a caravana ciclista. A outra "meia subida" estava perto e seria a saída da Ribeira das Cabras.




A terceira e ultima "meia subida" estava marcada para o Jarmelo, pelo caminho mais acidentado com calçada romana à mistura. Vale a pena a passagem por ali. Apesar de acrescentar dificuldade, estes caminhos antigos merecem a visita. Quem se quisesse queixar, só tinha de apertar o pescoço ao homem que os recebe na meta e lhes fica com os GPS, o Rui Sousa.


Além da prova propriamente dita, a  Transportugal também se rege pelo ambiente e pela qualidade dos serviços prestados "fora da bicicleta". Isso começa-se logo a notar (ainda mais) na chegada à Guarda. Ao jantar alguém comentou "quem casou e não demos conta?"


Depois do jantar, da rotina também faz parte o briefing, onde a etapa do dia seguinte é analisada ao pormenor. Subidas, avisos, pontos de agua, tipo de piso, cuidados,cautelas, etc. Nada escapa!





Dia 3: Guarda - Unhais da Serra: 108 Kms


O dia 3 é o dia da Serra da Estrela. Etapa dura, mas bonita. Não é por ser o meu "quintal", mas é dos locais onde mais gosto de pedalar e repetir os mesmos trilhos vezes sem conta.



O arranque do ultimo grupo foi às 9:00. Como estávamos na Guarda, à partida no recinto do Hotel Lusitânia encontrei o meu pai e o meu primo Pedro. Como também já é habitual, também apareceu por ali o prof. Castro que é quem me empresta o suporte de gps mais robusto que conheço para o meu "velhito" Etrex.


A saída da Guarda dá logo para aquecer bem. Acompanhamos o Rio Massueime e depois sobe-se violentamente para o Alvendre. Quem quiser reclamar desta subida (agora com final em asfalto, pois ainda há bem pouco tempo era em terra e cheia de buracos) tem de o fazer novamente ao Rui Sousa (o homem das classificações e que toda a gente encontra na chegada à meta).


O meu companheiro dos primeiros quilómetros tem sido o Niall Duncan. Normalmente é porque ainda está a aquecer, porque depois vai-se embora e só o volto a encontrar no fim, já de banho tomado.
Enquanto subíamos para o Alvendre, apanhamos três amigos portugueses parados, o Pedro Duque, o Ricardo Figueira e o Nuno Silva. O problema era com o pneu de um, mas estava a acabar de ser resolvido. Foram embora e eu continuei com eles até que apanhamos o francês Frank Guilaumin na zona da calçada do Tintinolho. Fiquei com o Franck e o resto da malta seguiu viagem.









Depois de descer a calçada e descer ao Rio Mondego, tínhamos pela frente a primeira subida do dia, pela Mizarela até Videmonte. Durante a subida apanhámos o Xavier, mas hoje não se sentia muito bem. Disse que iria fazer alguns quilómetros e depois iria parar.  O Franck dizia a mesma coisa e com isto comecei a pensar, mais cedo ou mais tarde deixam-me sozinho e com um bocado de azar tão atrasado que nem me dão hipótese de fazer a etapa toda.

Parámos os três em Videmonte para atestar cantis e comer alguma coisa. Pouco depois, junto ao campo de futebol, o Xavier acabava por desistir e o Franck continuou. Segundo ele, logo decidiria onde iria desistir também.


Subimos aos Carvalhos Juntos, Galhardos, passamos na asfaltada Portela de Folgosinho e naquele CP conversei com o Franck para vir embora. O dia estava bom, era cedo, o ritmo era o suficiente para fazer a etapa na boa. Disse-lhe que nem que fosse para desistir em Manteigas, pois no ponto onde estávamos tínhamos mais para descer do que para subir. Se bem que a subida que faltava era bem íngreme e chata, tínhamos de ir aos 1600 metros de Santinha.






A subida correu bem e os quilómetros seguintes pelo Malhão até às Penhas Douradas também. Faltava descer até Manteigas e pelo caminho ainda iríamos passar por mais um CP onde estava o amigo Rui Queixada à espera.











Durante a descida deu tempo suficiente para mostrar ao Franck o que estava pela frente, mas ele não estava virado para enfrentar a ultima subida. Não estava com apetite, pois de pernas, de tempo, etc tudo estava a correr bem. Já houve alturas que passei por ali bem mais tarde. Basicamente havia tempo mais que suficiente para chegarmos nas calmas a Unhais da Serra, mas o Franck continuava a dizer que em Manteigas iria ficar ali.




Era relativamente cedo e estávamos a chegar a Manteigas. Parámos à beira do rio, até porque o amigo Manuel Pragana estava de bike de estrada (vindo da torre) e estava ali à nossa espera. Depois de dar um abraço ao Manel, perguntei ao Franck "Vens comigo?" ao que ele respondeu que sim. No inicio, eu nem tinha percebido a resposta, mas a verdade é que tinha decidido fazer o resto da etapa. Valeu a pena toda aquela conversa. Afinal eu tinha companhia para ir até Unhais.




Fizemos a subida nas calmas, com as paragens necessárias para desfrutar bem do resto da tarde. Percebeu cedo que foi o melhor que fez, pois esta subida tem umas vistas fantásticas que não valia a pena perder quando até se está bem.









Chegámos aos Piornos e restava descer para Unhais da Serra. Apesar da boa temperatura o Franck vestiu uma vez mais o agasalho. Este francês reside na Ilha de Reunião. Percebi ali o porquê de ser tão friorento.


Chegamos bem a Unhais da Serra e ele, bem satisfeito com a forma de como decorreu o dia. Tinha valido bem a pena.


Ao jantar tive a companhia da minha cara metade e dos meus pequenos todos. Só esta companhia enriquece o jantar da melhor forma possível.



E ao fim do terceiro dia, o Zé Silva continua a cimentar a sua posição na liderança da prova.




Dia 4: Unhais da Serra - Monfortinho: 107 Kms





O dia 4 é bem tranquilo comparado com os dias anteriores. As subidas são sempre curtas, rola-se bastante e o principal inimigo (quando aparece) é mesmo o calor. A etapa que começa à beira da Serra da Estrela vai terminar a poucos metros da fronteira com Espanha nas Termas de Monfortinho.




Um pouco antes da partida, ainda tive a agradável surpresa das minhas dias princesas. Os meus dois príncipes já não puderam aparecer de manhã, pois a esta hora já eles "levavam" uma horinha de escola cada um. 



Deu-se a partida do ultimo grupo e sem nenhum contratempo, segui com o grupo. Não sei se é pela dureza do dia anterior ou não, mas normalmente esta etapa tem alguns inícios atribulados do tipo perder telemóvel, não colocar o GPS a gravar, deixar cair o gps, etc, etc.... Felizmente nada disso aconteceu.


O meu segundo receio é apanhar alguém maltratado na subida logo a seguir às Taliscas, pois tem uma exigente rampa. Essa é praticamente a subida mais dura do dia e vem logo no inicio. Mas felizmente o grupo com quem ia, estava a levar este inicio de etapa a um ritmo impecável. Ainda bem para mim, pensava eu, pois não teria de levar as secas do costume e acabar sozinho por desistência. Levava aqui o Kristof Couck e o Marien.

Após uma hora de prova, já nós (os últimos) estávamos a chegar ao Peso. Estava feita a subida para a Pedra Alta e já estávamos a descer quase para o quilometro 20. 

Ao chegar ao primeiro CP do dia apanho o primeiro atleta em apuros. Mas este apuro não era fácil de resolver. O traseiro cedeu à etapa do dia de ontem e estava...... demasiado massacrado. Parámos um pouco no CP, mas decidiu não continuar.

Como o andamento que eu trazia era bom, esta paragem no CP, deixou-me sozinho como não podia deixar de ser. Fiz-me ao caminho e ao chegar à Fatela parei junto à fonte para abastecer. Encontrei aqui a fazer o mesmo o sempre bem disposto Ricardo Machado. Depois de comer, beber e dar dois dedos de conversa comecei a subir para a Covilhã Velha. O Ricardo tinha-me dado a indicação que o ultimo a passar por ali não iria muito longe. Fiquei tranquilo.

Estava convencido que no pequeno tasco depois do quilometro 50 apanharia alguém. Não me enganei!! Este sitio é convidativo e quem não parou na fonte da Fatela é normal que aqui pare. Encontrei então pelo caminho o inglês Stephen Philips que por ter parado no cafézito tinha ficado para trás. Seguimos os dois, sempre bem dispostos até apanharmos mais à frente o Xavier Salamanca.



Um pouco depois do CP em Aguas, o Stephen adiantou-se mais um pouco do que nós. Quando eu e o Xavier nos estávamos a aproximar de Monsanto ainda o conseguimos avistar, mas só voltámos a estar com ele no fim da etapa. 


A pior surpresa deste dia tive-a em Monsanto. O Xavier ia a desesperar um pouco com o calor e sabia que tinha uma calçada pela frente. Disse-lhe entretanto que a pé ou montado na "bici" teria muita sombra. Enganei-me redondamente...... A calçada que sempre conheci com bastante sobra, estava agora completamente nua. O incêndio (provavelmente do Verão passado) tinha-se apoderado da maioria das árvores e deixou a descoberto esta vertente do monte. Uma verdadeira tristeza!!!!







A passagem por Monsanto é sempre uma delicia. Sair da calçada atravessar todo aquele granito, toda aquela paisagem, etc dão o alento para os quilómetros seguintes. Vale sempre a pena passar por aqui. Mas a visita "à turista" só deu para beber uma coca cola. O Xavier tinha de dar ao pedal, para passar a tempo no ultimo CP.



Seguia-se a calçada seguinte, desta vez a descer até ao CP onde iríamos encontrar o Armindo. 









Esta etapa até pode ser simples, mas estes últimos 25 Kms, são um massacre. Algum sobe e desce e normalmente bastante calor a juntar aos 85 Kms já feitos até aqui, não ajudam a motivar quem já trás algumas dificuldades.
Até chegarmos à Srª da Azenhas vamos bem, pois a zona é bastante fácil e engraçada. 




E com o Xavier, passámos por Monfortinho e entrámos nas Termas de Monfortinho. Estava o dia feito!!! Já vinha esganado de fome. E para variar, já vinha a salivar só de pensar nas saladas e nas batatinhas cozidas bem regadas de azeite. 




Aí estão elas..... mas já no fim!!!





Etapa 5: Monfortinho - Castelo de Vide: 144 Kms


O dia para chegar a Castelo de Vide. 
Esta etapa tem a particularidade de nos seus 144 Kms, ter a parte pior nos últimos 40 Kms. Felizmente pode-se dizer que os primeiros 100 Kms, não têm nada de especial a não ser a rapidez com que se fazem. Qualquer paragem ou imprevisto faz logo muita moça e é o suficiente para se ficar "alone".




O grupo das 9:00 arrancou e eu colei-me atrás deste pelotão durante os primeiros 2 ou 3 Kms no alcatrão. A pior e mais frustrante experiência que tive nesta etapa foi há três anos quando na altura um dos da frente furou, precisou de apoio e quando tudo ficou resolvido nem hipótese tive de apanhar o pó que levantava pois quando eu passava já o pó tinha assentado no chão novamente.

Novamente a fazer os primeiros quilómetros com o Marien e tudo corria bem e a bom ritmo. Surge então uma chamada do António Malvar. Recebi então a indicação para parar e esperar pelo Robert Hayes, que se tinha enganado e não reparou que estava a fazer o percurso do dia anterior no sentido contrário ou seja, esteve bastante tempo a caminho de Unhais da Serra, mas já se encontrava na direção certa. 

Ainda era cedo para comer, logo restou-me esperar que ele chegasse.


Claro que quando passou por mim naqueles eucaliptos, passou que nem um foguete para compensar o atraso. Segui com ele. O ritmo estava alto e eu sabia que mais cedo ou mais tarde apanharíamos alguém com um ritmo bem diferente. 
À passagem por Alcafozes já eu ia sozinho.



Estava ali o CP, seguia-se uma parte de terra e logo depois da Srª do Almortão tinha-mos um troço grande em asfalto. O Robert estava lá para a frente e aqui apanhei uma boleia à beira do Fael. 
A boleia ainda durou 15 Kms e somente o Robert se via à frente.
Cheguei junto do Xavier estávamos com uns 70 Kms à beira do Rio Ponsul. Mas depois da passagem por Lentiscais, novamente uma chamada do António Malvar a dar-me a indicação para parar. O que se passava agora é que os norte-americanos Allen Yep e o Eduardo Llach tinha entrado na aldeia (desviando-se do percurso) à procura de um tasco e com havia estavam para trás. 
Passei o Rio Ponsul e procurei uma sombra para esperar por eles. Assim que chegaram segui com eles até nos juntarmos novamente ao Xavier.





Lá na frente a corrida deveria ir ao rubro, isto porque a etapa é muito rápida nesta primeira parte. Fui até Vila Velha de Rodão com o Xavier onde parámos para beber uma cola e meter água nos cantis. Neste ponto, estavam feitos 105 Kms e o ultimo trazia uma média de quase 20 Kms/h, o que dá para dar uma ideia de como as coisas passam rápido até aqui.






Passámos o Tejo e entrámos no Alentejo. O trilho seguinte é dos mais bonitos de todo o percurso, pois serpenteamos o rio por uma das suas margens. É simplesmente fabuloso.





Mas também é aqui que a média começa a baixar. A tendência dos 40 Kms seguintes é de subida e pelo meio, a seguir a Salavessa existe o brinde da jornada. A subida com mais inclinação de toda a prova, para se fazer..... a pé.





Apesar do Eduardo e do Allen estarem perto de nós, todo o percurso foi feito com o Xavier. Em Povoa e Meadas ainda nos encontrámos todos outra vez, mas logo nos separamos de seguida. O andamento deles também já não era o melhor, notava-se alguma fadiga em ambos.





Aproximava-se o final. O bonito final pela calçada de Castelo de Vide, onde há sempre uma réstia de força para a fazer.







O Xavier cruzou a meta e um pouco antes tinha chegado o Eduardo e o Allen. Estava feito mais um dia..... vamos às batatas :)













Dia 6: Castelo de Vide - Évora: 167 Kms



O dia 6 é o dia "grande", isto porque de todas as etapas esta é a que tem uma quilometragem maior. São quase 170 Kms. Metem sempre respeito, mas há dias bem mais difíceis que este (sem o parecer).




Existe um factor que psicologicamente não ajuda, isto é, os primeiros 30 Kms não são propriamente rápidos, o que reforça a ideia do dia não estar a começar da melhor maneira quando se tem tanto quilometro para fazer.
Mal saímos de Castelo de Vide, vamos logo directos a uma das calçadas que encontramos naquela região. Começa-se a subir bem, mas a parte que é a descer, massacra tanto o esqueleto que até a descer custa.





Fiz toda esta parte com o Marien, mas quando foi a hora de passar o monte e descer a calçada. Xau Marien, fiquei sozinho. Não sou nenhum "artista" a descer, mas também não sou nenhum aleijado. A verdade é que vejo-me sempre "à rasca" nesta descida. Podia dizer que estava em desvantagem em relação a uma roda 29 de suspensão total, mas no ano passado vi bem como se descia em roda 26 numa bicicleta completamente rígida. Daí que .....  só me resta ir descendo da melhor forma que sei.










A etapa deste ano, teve algumas alterações. O facto de não terminarmos em Monsaraz e passarmos a terminar em Évora reflectiu-se bastante no percurso. O maior ponto positivo foi o deixar de haver mais de 30 portões para abrir e fechar e passar a haver uns 10. Que tranquilidade......



Na subida seguinte voltei apanhei companhia até ao primeiro CP. No CP fiquei novamente sozinho pois tive de esperar que tudo estivesse controlado. Havia a possibilidade de faltar passar um atleta e esperei que a Marta e a Vanessa juntamente com o António Malvar validassem essa hipótese.
Enquanto isso, aproveitei para comer. Afinal já tinha passado toda a gente e voltei novamente ao pedal.



A "montanha" do dia já estava para trás e agora passava a predominar o plano.







Depois de cruzar a desactivada estação de comboios de Portelegre, apanhei novamente a companhia do Marien com quem andei o resto do dia.








Este dia também acaba sempre por ser "marcado" pelo asfalto. Aqui por estas bandas grande parte dos caminhos agrícolas estão asfaltados. Claro que poucos gostam, mas basicamente acabam por ajudar a subir a média e proporciona mais facilmente este tipo de comboios.




O calor não ajuda, mas hoje por sorte o dia nem foi dos mais quentes.



E depois do CP do Rui Queixadas, o ultimo, entrámos na ecopista de Évora. Nunca por aqui tinha passado. Basicamente a ferrovia que foi desactivada, foi convertida em ecopista. Não é sequer daquelas pavimentadas, mantém-se em terra batida.




Com o andamento que o pessoal já trazia durante este dia, entrar aqui e fazer 30 Kms foi um ápice. Até nós, os do fim, fizemos esta parte em pouco mais de uma hora. A meio da ecopista apanhamos finalmente o Xavier, foi por pouco que hoje nos privava da sua companhia. Até às portas de Évora fomos os três e só depois de sair da ecopista, nos quilómetros finais é que com uma ou outra paragem o Marien se adiantou.



A meta não estava montada mesmo em Évora mas sim no Evora Ecork Hotel instalado num local tranquilo da periferia da cidade.
  


À chegada tinha uma surpresa. A minha irmã que este ano anda por Badajoz, deu ali um salto para ver chegar os atletas e o mano. Obrigado :)
Como o dia não é daqueles que termina cedo, mal deu para ir até ao abastecimento final, pois ainda faltava tomar banho e preparar para jantar.
O cenário do final é bastante relaxante. Este upgrade da etapa 6, relativamente ao anos anteriores é sem duvida uma aposta mais que ganha.






Dia 7: Évora - Albernoa: 102 Kms



Este ano, a Transportugal passou a ter outra etapa "curta", isto é, 102 Kms muito rolantes. A ligação de Évora a Albernoa foi a etapa numero 7. 




Deixamos as agradáveis e tranquilas instalações do hotel eram 11:00. A partida até foi tarde, mas felizmente o dia não foi daqueles muito quentes e não chegámos a sofrer com o calor.









Fiz os primeiros quilómetros do dia a um ritmo bom na companhia do Marien. Já depois de passar o primeiro CP do dia a corrente partiu e ficou de tal forma torcida que tive de lhe remover 4 elos que já não estavam em condições, para conseguir unir as pontas.
Claro que "paguei" caro este incidente, pois fiquei sozinho e aqueles 10 ou 15 minutos num dia rápido como este deixaram-me bastante para trás.  
Com isto passei a ter cuidados redobrados a meter mudanças, isto porque, com a corrente tão curta limitou-me o uso de alguns carretos da cassete sempre que à frente usava talega ou o prato mais pequenino. O pior que podia acontecer era arruinar o desviador......




A minha "sorte" para ganhar novamente companhia, é que o Marien apesar do bom ritmo que impõe também vai parando para tirar algumas fotografias e foi numa dessas paragens que o encontrei novamente.











Os quilómetros passaram mais depressa que um dia normal da Transportugal. 
Já na segunda metade da etapa, apanhamos o Xavier. O Marien continuou e eu continuei com este companheiro catalão até ao final.






O céu andava a ameaçar com umas nuvens cinzentas.



Tanto ameaçou que dei conta que duas delas tinham dois nomes gravados. Numa nuvem estava gravado Xavier Salamanca e noutra Tiago Lages. Resumidamente aquelas eram para nós e não foram nada meigas, pois abençoaram-nos com chuva e com granizo que inclusive nos obrigou a parar debaixo de uma árvore, pois já magoavam os braços e a cara as pedradas que vinham do céu. 

Nem sei se mais alguém apanhou agua pelo caminho, pois já foi nos quilómetros finais da etapa. Mesmo assim, deu para chegar com a roupa enxuta tal era a temperatura. 







Dadas as características da etapa de hoje a vencedora do dia foi a Kate. É terrível esta mulher. Anda que se farta :)





O fim do dia foi bastante relaxado. Quem conseguiu chegar mais cedo teve tempo para todas as tarefas domésticas (diárias).



Depois do excelente repasto, repetia-se a história dos dias anteriores. O grande Zé Silva vestiu mais um jersey de líder da Transportugal.





Dia 8: Abernoa - Monchique: 138 Kms


O penúltimo dia é o dia da etapa que (para mim) mais respeito mete. As razões são simples, dos quase 140 Kms a parte mais exigente começa aos 100 Kms. Como se não bastasse, a partir dos 100 Kms é difícil encontrar um ponto de agua e para ajudar à festa, dado que vou na cauda da caravana chego a esta ultima parte do percurso, às horas em que esta está mais quente e abafada. Tudo "bons" ingredientes.






Saímos do Vila Galé de Albernoa e os primeiros trilhos foram por entras as vinhas que são propriedade do hotel.






Os primeiros quilómetros do dia foram com o Kristof Couck. O fim da corrida estava mais rápido que nos últimos anos. A prova disso era o ritmo que este ultimo trazia era superior à media de 20 Kms/h. 
Os meus cuidados com a transmissão eram redobrados, alem de usar toda a cassete de 9 velocidades com o prato do meio, limitei-me somente ao uso do carreto de 11 dentes quando usava a talega e usar os dois carretos maiores (28 e 32) quando usava o prato pequenino à frente.




O ritmo junto do Kristof fazia-me pensar no que estaria para o fim. Era garantido que mais quilometro, menos quilometro iria encontrar alguém mais lento. Apesar de me sentir bem e de ir a pedalar "feliz da vida" por ali fora, isso não iria durar a etapa toda. Enquanto isso ia passando por vários locais onde noutros anos era paragem obrigatória com as minhas companhias, mas este ano estávamos a saltar tudo. 


Mas houve nesta etapa algo diferente. A certa altura ouvi alguém gritar atrás de mim, quando olho para trás vejo nada mais nada menos um grupo de atletas entre os quais o líder da prova, José Silva. Com ele vinha também o Malcom Bruton e o Peter Roelands. Tinham-se enganado, tinham saído do percurso num local em que se deixava o caminho principal. O prejuízo já era significativo. Minutos mais tarde passa o Luís Cordeiro. Numa passagem de estrada o Fael mandou-me ficar à espera pois ainda faltava passar um "enganado" que era o Stefan  Plas. Assim que ele passou fui com ele até apanhar novamente o Kristof.


Já com o Kristof, passámos na Barragem do Monte da Rocha, não se parou no tasco habitual e nem vi lá ninguém parado. Estava tudo para a frente apesar da média que levávamos. 
Mal entrámos novamente em terra, iniciamos uma pequena descida para o vale do Rio Sado. Estampei-me!! O Kristof, nem deu conta pois ia à frente e rapidamente se perde o contacto visual. Deixei entrar a roda da frente num rego que me aproximou da berma e da vedação. Acontece.... Felizmente só tive arranhões. Endireitei a direcção da bicicleta e segui viagem. Ainda consegui apanhar o Kristof mais à frente e fui com ele até à zona da Barragem de Santa Clara onde apanhamos o Xavier Salamanca.








Fiz toda a zona da barragem com o Salamanca e na descida para Santa Clara, demos com um cenário que assustou à primeira vista. A pick-up da organização atravessada no caminho, uma bicicleta caída, e 4 pessoas (entre elas o Nuno Santos, médico da prova) de volta de........ uma bicicleta!!!! Respirei de alivio pois. Quando se vai numa descida rápida e no segundo que damos com aquele cenário, parece-nos sempre mais grave. Afinal era um problema na bicicleta do sul africano Eduardo Teixeira e estavam a remediar rapidamente a solução, para não lhe comprometer a passagem a tempo no CP. Entretanto o Xavier foi andando, mas em Santa Clara voltamos a encontrar-nos.

Em Santa Clara fizemos o ultimo abastecimento num café, comprámos agua fresca, bebemos uma cola e seguimos viagem. Ainda tínhamos de atravessar as barracas, pois calhou ser dia de feira.





Chegou então a parte "interessante" do dia e começámos a subir as empinadas rampas do Espinhaço de Cão. Aos poucos foi-se fazendo tudo. Este ano havia menos sombra, pois do ano passado para este ano, muitos eucaliptos foram cortados.




Depois desta primeira agulha do gráfico, a descida era bastante rápida. Houve um ano que provei aqui a terra do chão, este ano foi o Xavier que esmurrou os cromados, mas não foi nada de mais.
Entre o fim desta descida e o inicio da próxima já na Serra de Monchique, rola-se por um vale normalmente muito quente. Este ano apesar de quente a temperatura até estava boa. Tivemos sorte,




Assim que chegámos ao CP do Armindo, o ultimo do dia, entrámos na estrada nacional. A continuação da subida quase nos leva à Foia...
Já a precisar de meter água no cantil ou beber um sumito fresquinho, na minha cabeça só pensava no tasquinho manhoso à beira da estrada que iríamos apanhar.  Ao chegar lá, não havia ninguém para nos atender. Chamamos, gritámos, fizemos barulho, tocámos à campainha..... nada. O Xavier tomou a liberdade de encher o cantil numa torneira que estava mesmo à mão e fomos embora. Ainda devemos ter esperado uns 15 minutos sem ver ninguém. 




A descida para as Caldas de Monchique foi o que se seguiu...... 









Mais um dia feito. O ultimo dia da religiosa rotina estava aí...... Neste final já se nota alguma nostalgia. É o penúltimo dia....






Dia 9: Monchique - Sagre: 99 Kms



O dia dos últimos Kms!! Quando se fala em 99 Kms até dá a sensação de etapa curta. Tudo isto porque as outras etapas têm quilómetros e dão pano para mangas. Mas até esta, que se pode dizer simples tem as suas partes complicadas.





Partimos para a ultima etapa. Uma vez mais a companhia foi do Kristof Couck, a um ritmo bem mais acima da média dos últimos anos fomos progredindo. Sem uma única paragem passámos o primeiro CP, daquela maneira o dia ia terminar cedo.






Praticamente com uns 40 Kms, apanhei novamente o Xavier. Apesar dele ter sempre um ritmo certinho, este dia não estava a correr bem. Para mim foi uma quebra bastante grande passar de uma média de 25 Kms/h para aproximadamente 15 Kms/h. O dia já não iria acabar tão cedo como pensei.

Aos poucos fomos deixando as zonas de serra e de interior para nos chegarmos mais perto da costa e pedalar à beira mar. É na Carrapateira que se faz esta transição e é aqui que se começa a sentir que o final está próximo. 











Aos 60 Kms, passámos a praia do Amado. A saída da praia e algumas partes seguintes são de pequenas, mas exigentes rampas. Num gráfico pouca importância se dá, mas algumas não são propriamente "pêra doce".


















E eis que chegámos ao final! A festa já estava montada, o arraial estava em curso!! Restávamos chegar nós os dois, eu e o Xavier para de seguida ir toda a gente ao mergulho. Estava terminada mais uma fantástica Transportugal. Toda são diferentes, mas todas espectaculares!!!





O grande vencedor desta edição foi este enorme atleta, o José Silva. Parabéns José!!!




E antes de ir ao mar, tirou-se o tradicional registo fotográfico de todas as pessoas que tornam tudo isto possível. 


E de seguida...... a banhos!!!





E estas carinhas?? Hoje já só houve lavagem de bicicletas. Avarias, mazelas e material destruído já segue viagem para casa. Esta grande equipa já merecia este relax!


A entrega de prémios fez-se no jantar de encerramento.




Como já referi o José Silva ganhou esta edição. Logo atrás a Kate Aardal em segundo lugar e o Malcom Bruton em terceiro lugar. Grande atletas!!!


Não posso deixar de agradecer a estes quatro senhores o privilegio que me dão em ser o "sweeper" deste fantástico evento. Obrigado José Carlos, Alfredo Saboga, Tiago Fonseca e António Malvar.

Terminou assim mais uma Transportugal Race!!! Um evento referência a nível mundial!! É um previlégio fazer parte desta fantástica equipa. 

Este relato está ilustrado com as fotografias dos fotógrafos oficiais do evento também eles TOP: Agnelo Quelhas e Pedro Cardoso.